Barros que são blocos,
Barcos nas águas da sabedoria,
Como uma cantoria de passos,
Todos vindos do chão
Para a Terra do Manoel.
Manoel do coração da Gente
Que faz a arca da paixão
Pelo nada, pela ignorãça,
Pela ânsia de ser ancião.
Manoel do mato de dentro,
Cidadão do corpo do vão,
Vilão e vilarejo do brejo,
Beijo que se espalha
Na selva da mão de Barros,
Ou de Manoel, mano do mundo
Que se desconhece nas cercas,
Cercas que se cercam
De toda prisão para ser
Livre como o Pássaro.
Manoel de Barros,
Que poderia ser de chão,
Que poderia ser trovão.
Grito ou Capitão,
Mas finda tudo e todos
No vão dos seus sonhos.
Manoel de Barros:
O Livro das Verdades
|