Natalício*
É sábado. Manhã de sol. Novembro.
Acordo cedo. Vejo o calendário:
Dezoito. Puxa, amor, aniversário
Teu! Com muita paixão de ti me lembro!
Bem, apesar de havermos, em setembro,
Terminado o romance, o meu rosário
De saudades desfio e, solitário,
Cada vez mais, padeço e te relembro.
Mando rosas, cartão, lindo presente.
Procuro-te - com todo o encantamento -
E não te encontro, flor, por mais que eu tente.
Nas ruas, diminui o movimento.
Passa da meia-noite. Infelizmente,
Não te vejo. Desisto. Não aguento.
* Brasília, DF, 18/11/1978. Magia, Campinas (SP): komedi, 2006, p. 86. Jornal "A Voz da Poesia", São Paulo, ano XXXVI, abril a junho de 2013, nº 101, p. 4. |