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Cronicas-->A história de Procopinho -- 16/12/2000 - 13:27 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um persona ao ritmo de muita música clássica e de uma verdadeira aula de história

O encontro
Terça, 05 de dezembro, 10 h da manhã. Da redação do Minas do Sul, caminhamos até a praça Santa Rita, no edifício Mendonça, no espaço das galerias até encontrar um senhor bem disposto, bem humorado, amável, lhano, trato fácil e, principalmente, um grande admirador da boa música e da História. Encontramos este senhor, José Procópio Carneiro Junqueira, na sala 15 do prédio. Fazendeiro e cafeicultor bem sucedido, Procopinho, como é carinhosamente chamado por seus amigos, colegas e parentes, nos recebe com um grande sorriso. Nos cumprimenta e nos convida a entrar.
No início, José Procópio se mostra um pouco relutante ao falar de si próprio. Como bom mineiro, é desconfiado e "esconde o leite". "O que será que estes meninos querem de mim", deve ter pensado com seus botões. Mas aos poucos a conversa vai fluindo. Inicialmente ele quer falar somente sobre a história do café, desde seus princípios até a época em que chega às terras do Sul de Minas. Nós, os repórteres do Minas do Sul, vamos, aos poucos, conseguindo informações sobre a história deste grande fazendeiro, natural de Pouso Alegre e nascido no ano de 1922.
Sempre que tentávamos fazer com que ele nos dissesse alguma coisa sobre sua própria história, Procopinho relutava e esquivava: "Não. Vou falar somente sobre a história do café em Santa Rita do Sapucaí. Minha vida, não!". Ou saia com essa: "Mas jornalista é assim mesmo, `vão levando a gente morder o anzol´ até quando conseguem a informação que querem". Depois de afirmações tão descontraídas e até mesmo engraçadas, dávamos boas gargalhadas. Finalmente, o homem estava se abrindo.

Uma pequena biografia
Tataraneto do Barão de Alfenas e vindo de uma família de Silvianópolis, antigamente chamada Santana do Sapucaí, filho dos fazendeiros Áurea Carneiro Junqueira e Rodolfo Junqueira, formou-se em agronomia pela Escola Superior de Agricultura de Lavras. Porém, em São João Del Rey, no início da década de 40, faz o curso de sargento e cabo por dois anos. Teve uma única irmã. Casou-se com Maria Raquel Rennó Junqueira no dia 30 de maio de 1951 aqui mesmo em Santa Rita. Conheceu sua mulher nos bailes que frequentava, quando moço. Ele nos disse que saia a cavalo da propriedade da família até onde tinha baile para dançar. "Antigamente, o único jeito de se aproximar das mulheres era indo aos bailes", recorda.
No início era apenas a fazenda Santa Helena em Careaçu, herança de família. Trabalhando muito com o leite e com o café, conseguiu algumas outras propriedades rurais. Com a esposa, teve quatro filhos: Túlio Henrique, José Rodolfo, Letícia e Áurea. Os filhos já lhe deram 10 netos. Um fato importante de se ressaltar sobre esta simpática figura humana é que quando ele prestou vestibular para agronomia foi aprovado em primeiro lugar. No final da Segunda Grande Guerra, foi convidado a ser um dos agrónomos da Embaixada dos Estados Unidos, no Rio de Janeiro, cargo que não aceitou, pois se diz ter fobia social. No entanto, a impressão que José Procópio nos transmite é sua grande modestia, sincera e agradável modéstia.
A entrevista concedida pelo senhor José Procópio aos repórteres do Minas do Sul se encerraria após duas horas de muita conversa em seu Escritório. Mas seria no final da tarde, quando o fotógrafo do jornal realizaria uma sessão de fotos com o entrevistado, que entenderíamos porque este homem é tão bem humorado. Em sua sala de música, repleta de obras imortais e clássicas, a alma parece se renovar a cada instante. Procopinho é um homem de bem com a vida, com sua família, com seus amigos. Um exemplo de vida a ser seguido.

Texto publicado no jornal Minas do Sul em 9 de dezembro de 2000
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