Usina de Letras
Usina de Letras
72 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62137 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10447)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10331)

Erótico (13566)

Frases (50547)

Humor (20019)

Infantil (5415)

Infanto Juvenil (4748)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140778)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6172)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Helinho, meu ídolo -- 07/10/2006 - 10:16 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Helinho, meu ídolo

Helinho com seus quatorze anos era um rapazola magrinho que não demonstrava a força que possuía. Desde cedo ajudou seus pais no sustento da família. Mais tarde vim a ter maior intimidade com o rapaz franzino que só fazia o bem, não interessando a quem. O que me fez ficar ainda mais fã foi o que me contou há alguns dias:
- Eu estava levando comida para uns trabalhadores do porto, marmita essa preparada por minha mãe. De repente o seu Eduardo Lima, um senhor conhecido por sua avareza, me chamou.
- Moleque, você quer carregar essas tábuas para dentro do meu terreno? Te pago oito cruzeiros.
Sem pestanejar, respondi:
- Se o senhor esperar que eu leve essas quentinhas até o porto, farei logo em seguida.
Helinho foi quase correndo se desfazer das marmitas. Quando chegou perto da empreitada é que reparou na quantidade enorme de tábuas, todas madeiras de lei, pesadíssimas. Levou um tempão para carregar todas sem ajuda de alguém. Foi pedir o pagamento, mas o pão-duro disse que no momento não tinha para lhe pagar. Passaram-se os dias e em mais três tentativas Helinho ficou sem o seu justo pagamento.
O jovem não se abateu, perdoou o mesquinho e até rezou por ele. Falou-me que tinha esperança que Deus o ajudaria.
Trinta anos depois, seu Eduardo Lima já havia morrido e Helinho tornou-se um grande profissional na arte de lidar com martelo, prego, madeira, máquina de costura, etc. Na cidade não tem marceneiro ou estofador melhor que ele.
Germano, filho do falecido Eduardo, precisou que Helinho lhe fizesse uns móveis, mas estava sem dinheiro. Propós a Helinho:
- Eu tenho umas madeiras lá em casa, que nunca usei e jamais irei usá-las, pois desconfio que ela carrega consigo alguma maldição, porque meu pai guardou-as e nunca as aproveitou. Tu vê o que vale e me faz uma proposta.
Helinho quase não se aguentou, foi ver as madeiras e eram elas, aquelas que lhe deram tanto trabalho. Não perdeu tempo, cobrou bem barato o serviço proposto, num prazo bem longo, desde que a madeira lhe fosse cedida para ele usar como quisesse. Germano concordou, com a condição de que seus móveis não fossem feitos com aquelas madeiras.
Já com bastante conhecimento técnico sobre os tipos de madeiras, reconheceu-as uma a uma. Eram todas madeiras de lei, próprias para seu trabalho, para fazer móveis de luxo e peças torneadas. Dentre elas havia ipê, peroba-amarela, maçaranduba, carvalho, cabreúva e cedro-cheiroso que Helinho usou durante três anos, ganhando muito dinheiro. Helinho sempre foi e continua sendo o meu ídolo, por essa e por outras que ele faz com amor.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 16Exibido 413 vezesFale com o autor