Veio do ninho natal,
Terra do cedro, do figo,
Da tâmara e da oliveira,
A procura de trabalho
Depois que a guerra
Destroçou os países.
Nas terras de Santa Cruz,
Terra de sol, flores e rosas,
Nos cimos da Mantiqueira,
Bem pertinho do céu,
Construiu seu segundo ninho.
Neste seu ninho segundo
Aprendeu a língua nativa,
Iniciou seu trabalho
No comércio ambulante.
Conheceu formosa moça,
Tão linda quanto faceira,
Com quem veio a se casar.
Gerou bela prole
Constante de quatro filhos
Que foram criados
Com primorosa educação.
Deixou o comércio ambulante
Fixou-se num pedaço de chão
E no amanho da terra
Produziu o pão que mata a fome
E as flores que alimentam a alma.
Cada degrau alcançado pelos filhos
Motivo era de grande alegria
E se problema surgia
Preocupado entristecia
Não poupando esforços
Para apoiar a moçada.
O tempo passou!
Velho, cansado, alquebrado,
Sentiu que chagava o seu termo.
Veio do ninho natal,
Construiu aqui novo ninho
E foi morar no ninho terceiro,
Bem junto de Deus lá no céu.
Quem era ele? Respondo: meu pai.
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