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cronicas-->Filosofias do Martinho - Crónica 9 -- 14/10/2006 - 08:52 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Filosofias do Martinho - Crónica 9

Folheando um jornal local, de pequena tiragem, deparei-me com uma carta escrita pelo cacique indígena Seatle ao Presidente dos Estados Unidos Franklin Pierce.
A missiva fora redigida em 1854 e para meu espanto aplica-se muito bem nos dias de hoje na defesa da natureza.
É uma lição inesgotável de amor à natureza e à vida, que deve permanecer na consciência de milhões de pessoas em todas as partes do mundo. É o hino de todos aqueles que amam a natureza e tudo o que nela vive.
Vou repassar algumas frases para mostrar a dimensão filosófica desse índio, como por exemplo: "Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra?".
O homem vive comprando terra e tendo direitos sobre pedaços do céu.
"Cada pedaço desta terra é sagrado. Cada ramo brilhante de um pinheiro, cada punhado de areia das praias, a penumbra na floresta densa, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados na memória e na experiência".
O batuqueiro Martinho falaria da natureza com uma pitada de malícia que lhe é peculiar e diria: "Em você dependurado qual roupa no quarador".
O cacique controlava seus índios e tentava controlar a ganància do homem branco. Ele dizia: "Somos parte da terra e ela faz parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cavalo, a grande águia, são nossos irmãos. Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro, e o homem - todos pertencem à mesma família."
Já o filho do seu Josué diria que este índio "está tão alegre como a solidão".
O filho da selva escreveu muito mais. Aconselhou os americanos ao declarar: "Vocês devem dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão". Reclamou ainda do barulho da cidade grande com estas palavras: "Não há lugar quieto nas cidades. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto. É o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debater dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite?".
O pai do Preto bebericando uma cerveja diria: "Está tão certo como a incerteza".
O pele vermelha em tom mais romàntico disse que, "prefere o suave murmúrio do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros."
Da natureza o avó de Raoni, chefe da tribo Ferreira, diria que hoje ela "está tão pura como a impureza".
Sobre o convívio entre o homem e a natureza, o paciente índio nos diz: "O que é o homem sem os animais? Se todos os animais se fossem o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem. Há uma ligação em tudo. Todas as coisas compartilham o mesmo sopro - o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro, porque o ar é precioso para o homem".
Para encerrar essa prosa o vó de Dandara comentaria sobre a natureza nos dias de hoje: "Está tão rica como a pobreza".
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