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Contos-->5 PA -- 30/05/2011 - 10:26 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

26/05/2011 - Tempo Presente, madrugada solitária e fria

Os seios dela eram pequenos, porém lindos, com seus dois botões de
rosa como fechados.
Acordei a pouco de um sonho com Sara, quando já fazem uns cinco anos
que não tenho
mais noticias. No sonho de a pouco ela havia sido encontrada morta na piscina
de sua casa, sem a parte de cima do biquini e eu via sua imagem na
água de biquini azul, ainda viva, nadando,
enquanto alguns parentes meus que ignoro completamente por pura antipatia
davam-me noticias de que ela
havia morrido. Nao entendi o enredo disso, mas acordei melancólico
porque essa deve
ser a terceira ou quarta vez que sonho com ela nua da cintura para cima
e sempre tem mais gente que participa dessa beleza e dessa visão
ou que pode participar, o que causa-me ciúmes e angústia.
Como tenho dons proféticos, tenho medo que o sonho tenha algo de real.
Não consigo, misteriosamente, conviver bem com a idéia de perdê-la para
sempre. Lembro que quando ela dizia que ia morrer um dia eu ralhava com ela.
-- Para com isso!
-- Ué, mas um dia não vou ter que deixar esse corpo? Ela dizia, como
se deixar de existir
fosse algo sem nenhuma consequência dolorosa ou dramática. Como se
deixar de existir
fosse algo como jogar um cotonete na lata de lixo.
Na ocasião, eu era seu namorado, e aquela simples idéia de perdê-la
era bastante pertubadora.
Agora, uma madrugada fria anos depois, não sei se influenciado por
estar escrevendo
parte da nossa história, volto a sonhar com ela desnuda em parte e sempre linda.
E , novamente, sinto angústia e inquietação. Sara talvez seja parte da minha alma
feminina, com suas deusas infernais, e tenho que aceitá-la assim
cruél, bela e imperfeita, sem tentar consertá-la e amoldá-la
a meu racionalismo.

O mito da minha vida começa quando meu pai pegou o navio na terra do
Quixote e singrou os mares em busca de sorte e aventura. Minha mãe veio
da Bahia de Todos os Santos onde é comum a visagem de lobisomens, mulas sem
cabeças, sacis, deusas do mar! O país da minha mãe tem de tudo, porém
encontrar um homem elegantemente letrado é tão raro quanto ver um
calango no Polo Norte Dos Gelos.

Eu estava em uma das elevações que havia numa das ruas que cortavam
os conjuntos populares da Cohab, em Senador Camara. Era carnaval.
Um bloco barulhento passava com carrascos, piratas, clóvis, piranhas,
palhaços, pierrots, colombinas e mais o que houvesse de fantasioso e
de uma gente mascarada, formando
um todo que parecia uma orquestra mágica. Uma música tocava muito alto de
Um dos prédios.

"Macunaíma índio branco catimbeiro
Negro sonso feiticeiro
Mata a cobra e dá um nó"

Ali eu a percebi pela primeira vez que estava sozinho
e que a vida seria para mim uma espécie de exílio. Senti
que os mascarados do carnaval vinham de outro mundo e que aqueles que
ali passavam eram como sombras
da realidade maior.
Ali naquele alto de monte tive meu primeiro sentimento do mundo feiticeiro
e bebi o gosto do infinito.

Dois fatos atormentavam o menino louro de beleza clássica,
verdadeiro Boneco de Deus que fui: a bronquite e as assombrações.
A bronquite levou-me as catarradas dramáticas e a conhecer
a pobreza e o sofrimento do povo nos hospitais públicos
onde pouco se incomodam em acrescentar qualidade de vida à vida.
Minha mãe costureira, pobrecita, ssofria comigo
levando-me muitas madrugadas, onde eu pensava que iria
sucumbir diante de tanto sofrimento. As vizinhas confabulavam
as mais estranhas simpatias para curar-me. O que eu tomei de beberagem
foi uma coisa de cinema. Lembro que até puseram debaixo de meu travisseiro
calcinhas de três moças virgens diferentes, uma virgem de cada cor: branca, negra e india.
O caso é que um dia, após sair de uma clínica de nebulização,
senti que nunca mais voltaria a ter bronquite.
Internamente, tive essa certeza na alma porque via uma luz branca em tudo como se fossem asas de anjos em estado de ar.
Com relação as entidades, minha mãe levava-me a longinquos
centros de umbanda, onde as pretas velhas
tratavam -me as cachimbadas. Num desses centros
que hoje acredito era de Oxala, porque era todo azul e branco
e tinha uma estrela de seis pontas no centro da parede,
entre a fumaça do cachimbo da velha senti que minhas pernas
tinham um tremor diferente e que eu tinha uma parte de
mim abissal, profunda e infinita que desconhecia.
Passei muitos anos ainda disputando
meus brinquedos com as entidades
e procurei esquecer a experiência
do tremor. Uma noite em que acordei gritando
e sobressaltado, o que era frequente,
minha mãe ensinou-me a rezar o credo
e derepente a noite se encheu de paz e
os anjos levaram-me a dormir
em paz.

Eu era um menino que costumava ficar fascinado
diante das bancas de revistas e mesmo ainda sem saber ler, pedia que minha mãe comprasse-me
gibis. O que ocorria porém eram fatos raros nas minhas relações com as palavras e as imagens.
Com a ajuda de um parente aqui, uma colega de infância acola e da fada da noite que me dava seu seio direito para sugar e ia me explicando o
segredo do alfabeto,
aprendi a ler de modo sobrenatural, praticamente sozinho.
Já disse que o pais da minha mãe,
ainda hoje, quinhetos anos após sua colonização, não é alfabetizado das letras nem dos sentidos.
As pessoas sabem que as palavras e as letras existem, mas não entendem que elas são para serem obedecidas e estudadas. Assim quando elas lêem
algo como sinal fechado, elas aceleram.
As mortes simbólicas no dia a dia
são milhões por aqui porque é país sem alimento metafórico.


Aos poucos minhas leituras iam mudando de Patópolis e Far West para Atenas. Houve um tempo
em que eu estudava num colégio para professores e era o único
varão da sala e o único a frequentar a imensa biblioteca, onde eu viajava
ao passado e ao futuro, na companhia somente das aranhas do telhado, da poeira
e dos personagens e personalidades dos volumes que lia . No país da
minha mãe os
nativos acham que podem ser interessantes sem cultura e sem leitura,
o que não deixa de ser inacreditável. Tornei-me uma celebridade
e uma ilha, porque somente eu conhecia os contos de fadas e começou meus versos e textos
a correrem o país e o mundo, abrindo e fechando espetáculos os mais diversos e improváveis.
Passei a não entender o mundo morno e indiferente dos iletrados,
nem porque o povo vive com a faca nos dentes, nem porque as coisas não
funcionam direito,
nem porque não existe preocupação que as coisas não apenas sejam, mas
que sejam feitas belas
e da melhor maneira.
A minha solidão e meu abandono entre as gentes do país da minha mãe
começou a dar-me
saudades da europa que corre no meu sangue elegante como um cavalo de hipismo.
Os anoezinhos macabros que habitam o país nunca
facilitaram minha vida
e vivi aventuras mais pitorescas e bizarras enfrentando o dia a dia
com os brasileiros que todos os livros que havia lido. Esse país está muito além de qualquer realidade concebida e incocebida
do mundo. Aqui na versão das bananeiras chapeuzinho vermelho comeu
a vovo e palitou os dentes com o lobo.

Final dos anos oitenta, década de 90


Em parte, influenciado pela literatura de Fernando Pessoa, comecei
cedo meus estudos da verdade pelos rosacruzes, am 1988.
Uma década após, num desses
ritos de passagem de um grau para outro, conheci Dora, uma morena
alta que pertencia a outro Templo da Ordem,
na Zona Sul do Rio de Janeiro. Estavamos na cantina, trocando
umas idéias. Dela emanava uma força quase “visível”, o que é
uma das prerrogativas dos esotéricos que verdadeiramente trabalham
seu interior.
Ela trazia uma cruz egipcia, a Ansata, ao pescoço. Os cabelos
pendiam preenchendo os ombros e parte do pescoço, enquanto ela comia
um lanche elegantemente. Estavámos felizes pela beleza
do ritual que vivenciarámos.
_ A humanidade deveria procurar mais experiências como essa que passamos hoje, você não acha?
– O ser humano não é feliz porque é mesquinho.
Aprenda isso, irmão.
Hoje ainda ,quase cotidianamente, dou de frente com a verdade
dita por Dora naquela noite iluminada e distante em quase todas es esquinas
que passo, aqui e além.







2

Saio da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro com uma verdadeira vertigem,
após a leitura das Flores de Mal de Charles Baudelaire. Depois de lê-lo, o mundo havia se transformado a meus olhos completamente. “Tende Piedade,
Satã, de nossa longa miséria longa miséria!”, ecoava em minha mente os versos do frances enquanto automóveis e pessoas pareciam sonâmbulos de um pesadelo; Para Charles, a salvação humana só pode dar-se caso o demônio liberte a espécie do seu longo julgo, uma vez que segundo ele as almas eram demasiadamente débeis para para seguirem Jesus Cristo; ´”É o demônio que nos move e até nos manipula” – Ninguém escapa, após ler as Flores do Mal, de sentir um arrepio de verdade sobre o império do mal que a humanidade profana obedece. Os verdadeiros cristãos são cruzados que se rebelam contra o demônio, buscam subjulgar sua natureza inferior com a disciplina do combate e ,embora vez ou outra, possam sucumbir ainda ao erro e ao pecado, acabam pela bravura e pela graça de Deus alcançando a redenção. São aqueles que o Messias fala serem nascidos do espírito. Lembro-me que sai da Biblioteca pela Avenida hipersenivel, percebendo que tinha pisado em um universo paralelo. Era capaz de ver os
perversos num tempo futuro sendo levados as profundezas do inferno pelos demônios alados e e escamosos que os acompanham, como dragões num crepúsculo infinitamente melancólico, hollyhodiano.
Petrópolis, 1998, encontro com Buda A Luz da Asia, Buda, chegou na minha vida através de uma mulher jovem, Padma, criatura linda e de puro amor a quem devo minha iniciação. Americana de vinte e cinco anos, ela ensinava vestida de monja em Santa Tereza na casa de uma de suas alunas, quando a conheci. Fui com um irmão martinista assistir a uma de suas palestras. Já estavamos todos a espera, quando entra a bela jovem sorridente, falando um português quase perfeito, apesar do sotaque e descalça , vestida de laranja e amarelo. O longo cabelo castanho preso num rabo de cavalo. Quando ela sentou-se, percebemos que ela não raspava os pelos do sovaco. Tinha umas quinze pessoas na casa. Ela explanou rapidamente sobre as quatro nobres verdades do budismo: sofrimento, impermanência, causalidade e o darma, que é a pratica da iluminação da mente e sua consequente libertação. Disse que seu mestre era um chinês e que sua linhagem estava agora passando um ensinamento mais veloz de libertação, que era "sentar em plena atenção". e todos na casa passamos a praticar, em silêncio. Depois teve uma jovem que discutia em voz alta um assunto com Padma e fui intervir para conciliar e ela virou-se para mim perguntando se eu era responsável pela paz mundial. Durante quase toda nossa relação, Padma surprendia-me com intervenções que criticavam o que ela achava superficialismo da minha parte. Tinha vindo também com ela dos Estados Unidos um jovem, John, que também estava na casa dos vinte e poucos anos, tinha a cabeça raspada e era bastante discreto, auxiliando-a nas praticas e em tudo que podia. Padma ensinava deixando uma lata aberta para recolhimento de doações, que era uma Tradição monástica segundo ela disse. No encerramento, convidou a todos para um retiro de três dias que faria em Petrópolis no carnaval e resolvi ir. Minha intenção era ficar perto dela, pois achei-a preciosa demais para deixá-la só. Que podemos fazer nesse mundo de mais sublime senão honrar as almas que nos fazem bem? Preparei na mochila roupa adequada para três dias e subi a serra. Sempre gostei de montanhas e lugares de grandes altitudes; também a sensação de pureza e liberdade permitem uma espécie de respiração da alma que sinto toda vez que as contemplo. Cheguei na cidade e informei-me que a casa onde Padma estava era numa rua de subida, um pouco depois do bairro central. Lá chegando, vi que era uma casa pequena e simples porém na parte alta da rua e de frente para as montanhas e com um jardim onde não faltavam flores nem borboletas; lá estavam Jonh, uma senhora de uns sessenta e cinco anos que falava pelos cotovelos, uma jovem de uns dezessete anos, eu e Padma. Éramos cinco que fariamos o retiro. Padma, que recebeu-me na porta, fez uma palestra inicial de que nossa alimentação seria vegetariana, sem sal ou açucar. Que iriamos praticar bastante e que ela exigia obediência e disciplina cada qual com seu espaço e suas coisas. Para quem não sabe, Petrópolis faz bastante frio e o mesmo favorece a reflexão que juntando com os chás que Padma fazia, sendo o de gengibre sagrado, mais a alimentação vegetariana , os tempos de meditação, os mantras, as leituras espirituais e em pouco mais de vinte e quatro horas começou a trazer-me experiências muito intensas. A maior delas, um contato direto com a mente de Buda, o que levou-me em determinados momentos a estar com a mente no "mesmo espaço" que Padma. Num desses momentos, em que meditávamos uma borboleta linda pousou em cima do meu braço, perto do punho direito e perguntei-lhe " Padma, porque acontece isso comigo?" -- Continua praticando para aumentar seu mérito -- Ela disse-me, com os lindos olhos puros arregalados e meigos ao contemplar a enorme borboleta azul com detalhes em amarelo e preto nas asas como se fossem olhos . Minhas emoções tomavam formas sagradas. Também surpreendi-me com ciúmes de Padma e Jonh numa tarde em que ele tocava violão e ela o acompanhava, ambos cantando em Inglês uma das canções de Aymon e Garfunkel. Chamaram-me para perto, mas por dentro a inveja estava me queimando e envergonhei-me de sentir aquilo. Houve momentos de grande beleza poética naqueles dias, com a tempestade e os raios que caiam, iluminando a escuridão das montanhas e o interior da casa. -- Por que será que o universo está respondendo desse jeito? Ouvi Padma perguntar para nós e fiquei em silêncio. Particularmente a mim, agrada a idéia que a natureza um dia submeta de vez a corrupção humana que a agride e a enfeia, na maioria das vezes. Com o clima, a alimentação e as disciplinas, fiquei com a mente limpa, muito pura e alerta, com a sensação de que poderia viajar sobre as nuvens e universos , como se o mundo inteiro fosse como a canção O Delfin Azul e eu um boto iluminado do universo. Um dia antes de vir embora Padma mostrava seu albun de fotografias a Emilia, a jovem que estava conosco no retiro e eu observava o quanto ela ficava feliz , mostrando aquelas viagens que fizera a China, Butão, Indonésia. Para Padma, a próxima vez que Buda vir a manifestar-se será como mulher, no altar dela existia a imagem dessa futura encarnação feminina em bronze, junto com incensários e outras reliquias budistas e uma vela queimando permanentemente. Num dos dias, começou um pequeno incêncio, sem que ela tivesse percebido, distraida que estava conversando na cozinha com Emilia e a senhora. Alertei-a, apontando com o dedo que estava começando a pegar fogo, com a chama quase chegando no teto. -- E porque você não apagou, seu revolucionista? Obrigado. Fiquei calado. Padma falava com sotaque bem o português, mas na palavra revolucionário ela escorregava o que dava um sentido cômico para mim. Na despedida, ela abru a porta, mas não permitiu que eu a beijasse no rosto. Voltei pela Serra pensativo que nunca mais seria o mesmo; a semente do Buda em mim estava plantada ou, quem sabe, apenas rememorada. O que faria agora que sabia ser um iluminado? Como conciliar o mundo sagrado dos Budas com a vida dos mercados cotidianos e da luta para sobreviver?
PARANA, SUL DO BRASIL, 2005 - COM INRI CRISTO Decidi fazer uma investigação particular sobre o Inri Cristo, após vê-lo algumas vezes na imprensa e viajei ao sul do Brasil, a Curitiba. Lé chegando, passei uns quatro dias com ele e suas discípulas e discípulos. Fiquei alojado num quarto que era a réplica, segundo Inri me disse, de um trem europeu. E passei uma noite das mais frias da minha vida, debaixo de uns cinco edredons, pois peguei também as peças da cama de cima; no quarto, havia um boliche, uma televisão, um pequeno aparelho de som e livros e fitas sobre o INRI, que diz ser a reencarnação de Jesus Cristo. Suas díscipulas, algumas bastante graciosas, se vestem de azul claro e seus discípulos de marrom. A igreja dele tem uma doutrina própria, porém não aprofundei-me nela, pois Inri não considera a Virgem Maria com o sagrado que nós cavaleiros, temos. E O que importa nesses relatos são a busca pessoal do autor pela verdade e suas experiências espirituais vindas do mundo celestial. Com Inri Cristo, tive uma relação bastante humana, diria até demasiado humana. Naquele tempo, eu ainda tinha algo de vermelho ainda politicamente falando e Inri Fazia-me ironia dizendo que eu era comuna; divergimos disso; Inri me surpreendeu com seu liberalismo em economia. Ele gostava de jogar sinuca e eu falei que se ele perdesse para mim, realmente eu jamais iria acreditar ser ele o Messias. Mas não chegamos a jogar. Mandava ele me rezar, coisa que as vezes ele esquecia. Nessa luta pela vida para sobreviver, já me peguei acendendo vela vermelha pra Exu na encruzilhada. Sabe como é, abrir caminhos. Melhor dar uma velinha para todo mundo que ficar devendo, incompleto. Um dia , porém, compadeci-me dele; estavamos tranquilamente conversando na cobertura de sua propriedade quando ele, melancolicamente, virou-se e disse-me que era melhor sairmos dali das vistas, pois ele já fora apedrejado. Como pode alguém apedrejar um personagem tão interessante desses? Inri Cristo, assim como Gentileza, foram dois personagens dos mais poéticos e ricos que cruzei nessa busca de encontrar, nesse planeta de pouca fineza literária, algum sentido. Dia desses vi Inri Cristo falando na televisão: -- Quem pensava que eu era apenas uma chuva de verão, vejam agora? -- Dizia ele com um orgulho pequeno burguês. Fico feliz mesmo aqui de longe, de dentro das Minas, que ele sinta-se pleno. Mosteiro Franciscano - Rio de Janeiro, 2005
Uma intensa melancolia levava-me ao abrigo dos franciscanos, uma dor que eu sabia única. Toda formação de minha alma, na parte mais profunda, era Bíblica. A leitura do Novo Testamento na juventude pusera Jesus como ponto central da minha vida. Com Jesus, aprendi a exercitar a solidariedade, a viver pensando também na vida futura, além de não fazer questão também de coisas menores. A literatura também estragara-me. Um homem com alguma nobreza e pagando um preço caro por dar-se ao luxo de cultivar-se vivendo entre incautos, gente bárbara que detesta cultos e cultura. A frase de Nieztsche em Zaratustra levava-me ao mosteiro: “ Tivesse Cristo vivido mais alguns anos, teria mudado sua doutrina”. Essa era a verdade que sentia agora e doer-me a alma. Eu não concordava com o Deus que Cria. Tinha trinta e cinco anos e um desprezo silencioso pela humanidade. Nos últimos dois anos então, a despeito de minhas boas intenções e qualidades, não achava nada. Nem amores, nem amigos, nem trabalhos. Não na proporção que tornasse-me menos triste. Ainda por cima tinha a pobreza como uma carga, o que tornava-me mais vulnerável e nu as gentes. Já tinha sofrido todo tipo de maldade de meus próprios parentes. Lembrava o olhar de desprezo de uma tia . Que tinha feito? E a ríspidez humana? Qual era a finalidade? E a falta de interesse e amor ao criador? A covardia? Olhava as pessoas jogadas no chão e perguntava-me: quem é o responsável? Odiava a brutalidade. Tremia a cada ato de covardia. Da mais grosseira a mais sutil, sobre tudo a deselegância, incomodava-me. È feia a raça humana, concluía. Eu chegava a sentir laivos de desprezo por Deus, por criar tal massa de famintos e atormentadores. Era um Deus mesmo que criava tudo? Com esses pensamentos íntimos, bati a grande porta do mosteiro. Um jovem Franciscano veio atender-me. ´´ Pois não, Senhor”—Tinha ele uns dezesseis anos. “Procuro o Igor, o líder de Vocês.” “Ah, sim. Pode entrar. Aproveita que estamos comemorando o aniversário de um dos internos: Tomé.” Quando entrei, vi os franciscanos completamente misturados aos pobres, mendigos, aleijados. Fiquei impressionado com o número de mutilados que vi: uns vinte. Todos homens. Um deles, arrastando a cadeira, veio perguntar-me se queria uma fatia de bolo. Aquilo comoveu-me um pouco. Ao mesmo tempo, fiquei chocado com tanta pobreza. Os banheiros eram coletivos e abertos. Fui vendo com Igor outros internos. Havia em quase todos uma ferida, uma chaga aberta. Muitos fumavam. Pensei o que estaria aprendendo ali, naquele lugar. “Igor, se importa de conversar comigo um pouco?” “Não, claro”. “ Bem. Ouvi falar do trabalho de vocês , achei bonito, nobre, mas ando com um questionamento profundo, uma angústia grande em relação a minha fé. “ “Como assim?” – Perguntou-me ele, olhando-me com profundidade nos olhos. “ Creio em Jesus. Mas não creio que os homens devam ser salvos. Os homens são ruins. Não acho boa coisa salvar a humanidade. Acho inútil. ” Igor olhou-me novamente, dessa vez de modo estranho... “ Você não tem amor?” – Perguntou-me. “Tenho. Esse é o problema. Não me falta amor. E aqui estou, cheio de amor e sem nada, nem ninguém. Não aproveitaram meu amor. “ “Como dizia Francisco: o amor não é amado.”—Igo sentenciou. “Por que Você faz esse trabalho, Igor?” “Vocação, acho” – Respondeu-me um tanto indiferente. “Pois é. Teve um tempo que até pensei em ser padre, depois monge. Mas o mundo desviou-me. Hoje creio ainda na mensagem, que Jesus é o Messias, mas não creio na salvação dos homens. Eu não os salvaria. Igor, posso te pedir uma coisa? “ “Sim”. “Posso dormir hoje aqui?” Igor olhou em volta, pensou. “ Você não tem onde dormir?” “Tenho. Mas não estou bem. Quero sentir essa experiência. “ Pensei na hesitação de Igor que até um mosteiro tem sua porção de má-vontade. Será que ele vai mandar-me embora agora, alta noite?” “Lá em cima tem um saco de dormir sobrando. Boa noite.” --- Disse-me-lo, aliviando-me meu temor de sua recusa. Dirigi-me à parte superior do mosteiro, enquanto vi aos poucos as luzes de baixo, - onde ficava a maioria dos pobres e mutilados -, se apagando. Ali estava eu, sem nada. Pedindo asilo aos pobres. Pensei abandonado entre as cobertas se Deus não seria ou não queria apenas aquele abandono, aquela pureza, aquela entrega ao nada infinito. Na manhã seguinte, olhei do parapeito do segundo andar e vi os monges vestidos de Francisco misturados com os pobres, compondo um cenário digno de idade média. Perguntei-me em que tempo sentia-me. Ou estava. Dirigi-me ao refeitório, onde os cinco jovens monjes de não mais de dezoito anos distribuíam-se nas tarefas. Igor já havia saído. Eu não era santo nem pobre o suficiente para ficar. Levei dois monges ao ponto, paguei a passagem de um deles e vinha olhando o mundo dos homens pela janela. “Que tipo de soldado sem causa sou?” – ia pensando, enquanto as paisagens sucediam-se entre prédios de concreto e fumaça negra.
Nessa busca em achar um caminho que fosse puro, que levasse-me de verdade a manifestações do puro espírito de Deus, ingressei em várias outras instiruições e doutrinas na esperança de formar uma síntese ilumidada e `O caminho" encontrar no "caminho". Meus estudos e investigações levaram-me a descobrir uma corrente tradicional que não pode ser maculada nem corrompida pelo elemento humano, pois é toda guiada pelo Espírito Santo e em sinais divinos; porém, como não tem sede não é nada fácil, sequer, encontrar um membro dessa Tradição e fiquei buscando durante anos um contato, além de pedir a Deus em minhas preces. Anos de busca após, vi pelo google uma pessoa ligada ao movimento Comunhão e Libertação da Igreja Católica disposta a dar informações sobre o lado secreto e místico dos templários. Chamava-se Miguel, da cidade de São José dos Campos, em São Paulo. Era professor de cabala e palestrante. Deixava um email de contato e assim começamos a conversar. Inicialmente, Eu e Sara saíamos como amigos íntimos e falávamos todos os dias, ela me ligando até três vezes: manhã, tarde e noite. Nos conhecemos através de uma rede social no qual eu usava um codinome de Anjo Hariel e não havia minha foto, apenas a do Anjo Roxo que “dizia se alimentar de prana”. Ela estava na comunidade “Vivendo de Luz” e era, aparentemente, uma menina grande e desengonçada, com um sorriso simpático e passou-me um pensamento estranho na mente que “ela nunca teria chance comigo”. Paguei caro ter pensado isso. Pessoalmente, foi a mulher mais linda que já tive e amei, com seus imensos cabelos castanhos, seus um metro e setenta e quatro de um corpo absolutamente perfeito, branco e róseo que conheci e beijei , cada centímetro, perdendo totalmente o controle de mim como nunca antes. Quando dei por mim, estava apaixonado e já não me bastava mais nossa relação de “amiguinhos”. Pedi então ,numa noite depois de ter muito refletido o dia inteiro, que ela não me procurasse mais, nem por telefone. E, nessa mesma noite, tive um pesadelos singular. Sentia-me sacudido por dentro, sentia um frio intenso. Achei tudo muito estranho... pior mesmo, foi que ,no dia seguinte, e nos outros mais três dias após esse pesadelo e meu telefonema, parei misteriosamente de comer. Ela não parou de ligar-me, nem com minha ordem, e tive que aceitar a ajuda que ela me oferecia, pois já não conseguia mais sair da cama. “Quem mandou pedir o divórcio”? , Ela brincava. Dias depois, começamos a namorar e tivemos de início aquela felicidade inevitável: três dias sem sair da cama fazendo amor, dvds, pipoca, banho juntos que ela me convidou a tomar dizendo que marido e mulher tinham que ter intimidade, massagens, sorrisos, beijo no ponto de ônibus, saudades na hora da separação, planos de casamento, madrugadas em claro ao telefone e as promessas que ela fazia-me de que iríamos ficar muito tempo juntos, que ela sentia claramente isso, que nosso caso duraria anos. Evidente que aquela idéia de ficar para sempre perto dela era a mais feliz para mim. Eu a amava mais que minha vida e fiz dela meu pedacinho de Deus. Porém, logo começaram as chamas do inferno entre nós... Paralelamente a meus estudos com Miguel, eu continuava frequentando a Fraternidade Eclética Espiritualista, onde fora manifestado em mim o dom da mediunidade que sequer eu acreditava ser possível; Sara chegou a ir lá umas duas vezes, no primeiro dia que nos encontramos e no dia seguinte que eu pedi que ela não me ligasse mais. Emociona-me recordar esse momento. Ela foi e não falou nada comigo, fingindo sequer ter me visto. Eu ficava na portaria com o jaleco branco da fraternidade. Estava no primeiro grau de médium aprendiz, porém incorporava ostensivamente. Apaixonei-me por aquele processo de sentir a vida na antimatéria e aquela sensação que tive a primeira vez quando aconteceu-me, quando uma criatura de outro plano que eu só sabia ser muito bondosa e gigantesca, tomava-me os movimentos do corpo de uma forma branda e poética e a mim só restava aceitar essa benção que enriqueceu e alargou ao infinito minha visão de mundo. Perto de Sara, essas manifestações eram constantes, o que me deixava constrangido as vezes e a gente brincava que era o PV - Preto Velho. Era assim que eu apelidara a entidade que se manifestava em mim quando se dava essas manifestações perto dela, o que era constante. Ela dizia "Epa", e sorria, enquanto os Anjos, Caboclos e Pretos Velhos me sacudiam do céu. Nesse dia, que ela esteve na fraternidade, eu quase podia ver centenas de anjos nos seus cabelos castanhos que encheram-me de luz. Tive compaixão da humildade dela de ter ido atrás de mim com aquela candura. Ela entrou, tomou um passe e foi embora, sem nada falarmos, passando por mim na porta como se eu nem existisse, o que mostra o quanto somos infantis e vulneráveis quando cupido lança sua flecha para tecer os romances. Meu coração, porém, se encheu de felicidade. Aquela menina, ao que parecia e foi, entraria mesmo no meu destino. A primeira tarefa que Miguel mandara-me fazer era liderar um grupo de estudos ocultos e indicou-me um jovem de vinte e cinco anos, Flavio, e uma mulher de dezenove,Cintia, sendo que com essa mulher o trabalho sempre foi de conversas online. Já Flavio passara a vir em minha casa as quintas-feiras, quando trabalhavamos durante uma hora ritual da seguinte forma: abriamos os trabalhos com uma prece , acendiamos uma vela, faziamos um relaxamento com música, estudavamos o livro meditações dos arcanos maiores do tarô (ed Paulus) e comentavamos o lido, estudo do evangelho de João e partilha, novo relaxamento, prece de encerramento e eu anotava tudo com data e hora numa espécie de ata; depois, conversavamos sobre negócios, mulheres, jogavamos cartas um para o outro. Acredito que subjetivamente cresci muito com esse trabalho. O caminho da verdade e do poder do espírito, aprendi, está completamente fechado as pessoas que não possuam qualidades de empatia para alcançá-los. Quem estudar com cuidado o evangelho de João verá que o "espírito do mundo" não pode conhecer a verdade. Depois que comecei o trabalho espiritual com Miguel, percebi claramente que a porta da excelência é muito extreita, pois exige a superação do humanismo. Os pretendentes a cavaleiros e magos, e são milhões, ficariam muito frustrados, por exemplo, se fosse dito a eles que teriam que praticar em seus lares por vinte minutos diários, duas vezes ao dia, a Oração Centrante ou a Lectio Divina. Sem amar a Deus, esse caminho da Tradição é impossível de ser percorrido. Muitas vezes eu fiquei de intermediário nos grupos da Web em selecionar para treinamento candidatos que queriam "conhecimento", porém todos se mostravam muito inteligentes "explicando-me" o universo; para ser de Deus, necessário se faz ter as coisas celestes como prioritárias, purificar e transformar a mente e o espírito nas entranhas do ser; só após esse trabalho preliminar, nascer de novo em espírito, a dama do lago começa a aparecer; por isso, Jesus dizia que o reino dos céus é das criancinhas. Os homens querem ter poder, as crianças apenas ser felizes. E os homens, podem acreditar, não posssuem poder nem sobre seus dias. Apenas Deus é, nós apenas estamos. Deus pode até aceitar nossa colaboração, mas não quer nem pode abrir mão de seu amor e de sua sabedoria. Na primeira vez que ficamos juntos como homem e mulher, ela chegou em minha casa numa sexta feira a noite, com um longo vestido branco; por telefone já tinhamos acertado que tentaríamos o romance. Ela queixava-se do trânsito da Linha Vermelha e dizia que não gostava do astral do Rio de Janeiro, não se habituava. "Deixa eu descansar um pouco aqui no sofá", pediu-me depois de ir ao banheiro. Deitou-se e fechou os olhos com a mão direita sobre a barriga. Alisei-a a mão e a barriga lentamente e num impulso irresistivel deflorando-me a timidez beijei-a ternamente, longamente, interminavelmente e podia sentir anjos e mais anjos sendo libertados nas cidades celestes, eu com o gosto da lingua dela, felicidade infinita que eu ia sugando e ela me dava, entregue e submissa. Após, seus olhos brilhavam e era estranho ver a menininha no corpo daquele mulherão de um metro e setenta e tantos. Quantos tons tem o azul? São vários e vários, incontáveis. Nossas peças intimas, porém, eram exatamente do mesmo tom de azul, como se tivéssemos comprados juntos, combinadamente no céu, como apaixonados gemeos do amor. E houve aquela hora em que sentados de frente um e nus fizemos o mesmo gesto, ao mesmo tempo, como num espelho sagrado e ambos coramos, desconcertados e mais nus ainda, na alma. "Ah, não acredito, não pode ser.", dizia-me intrigada. Até o domingo a noite, quando ela foi embora, estivemos mergulhados na descoberta de que podiamos ser tudo na vida um do outro, menos um acaso. "Alguém nos energizou e nos uniu para ficar juntos" , ela dizia, ciente de que estavamos vivendo no mundo dos dogmas e dos arquétipos universais. Morava perto da Quinta Da Boa Vista, onde ia pouco durante o ano . Porém, com o tempo, reparei que sempre que ia lá e sentava-me perto de um dos lagos, um pássaro branco seguia-me. Isso ocorreu quase uma dezena de vezes, quando eu levava moças para passear comigo. Percebi que era um padrão mágico da minha vida. Numa das primeiras vezes que Flavio foi lá em casa, eu convidei-o a ir ao parque comigo, pois queria fazer determinadas praticas da Tradição dos magos brancos com ele. Flavio foi a primeira pessoa que contei sobre minha relação mágica com o pássaro branco, pois negava até para mim que o fato acontecia. Era extraordinário demais. Como ,porém, nossa relação era pautada pelo código dos cavaleiros de Perfeito Amor e Perpeita Confiança, abri um pouco do meu coração secreto para ele. Quando chegamos ao Lago, ele perguntou-me: – E ai, será que seu amigo vem hoje? . Eu já estava sentado na grama com as pernas em posição de meditação. – Ele não costuma falhar, não. Vamos ver. Flavio, faz o seguinte pra mim. Fecha os olhos, respira fundo durante um minuto, prende durante um minuto, depois solta. Faça isso dez vezes, por favor. Quando ele fechou os olhos, depois da terceira respiração, vindo dos países mágicos cheio de estilo, o majestoso pássaro branco pousa na beira do Lago, praticamente em nossa frente. Minha alma ficou extasiada. Não disse nada ao Flavio, deixando ele com sua pratica. Quando ele abriu os olhos, porém, foi a primeira imagem que ele viu; o pássaro parado na borda do lago, em nossa frente, sereno e hierático. Ele arregalou os olhos. – Cara, não acredito!. Tu é muito Jedi. Meu Deus, que coisa linda! Cara. Tu é o Ioda. – O Ioda não, ele é muito feio. Pode ser o Luke? _ Brinquei. Passado o assombro do milagre, ensinei-lhe a pratica da oração diária e silenciosa por três pessoas. Muito simples. Você escolhe três pessoas que queira bem e faz uma prece para elas, uma de cada vez, durante uns cinco minutos. Não é preciso contar para as pessoas. Essa pratica, além de energizar-nos, ajuda-nos a deixar o egoísmo de lado. Depois desse dia, Flavio, Cintia e Miguel passaram a chamar-me de Jedi. A maneira como Sara era despudorada chegava a ser candida. Deitada, com os dedos na vagina ia me mostrando com um grande sorriso na face sua intimidade, como seu eu nunca houvesse visto um orgão feminino antes, nem em desenho, ia ela... "pequenos lábios, grandes lábios, clitoris" e eu pensando comigo num misto de ternura e compaixão, onde que tinha entrado com a alma e o corpo. Ela parecia não se dar muito conta de que não era minha primeira mulher, embora tìnhamos ambos uma intuição que toparamos com uma coisa nova em nossa vida, tanto um quanto o outro. Pegava-me a mão para ver se lembrava-se subsconcientemente de alguma encarnação passada nossa juntos ;ela especulava sobre o assunto, pois seguia um guru indiano . Um dia, teve uma hora que ela susurrou-me na cama, em meus ouvidos, engatinhando até mim com aquela voz que deixava-me alucinado: “solta o tigrinho”, e causou-me um grande impacto na alma, porque eu não entendi direito na ocasião o que ela queria dizer e fiquei me sentindo uma criança de colo desmamada e desamparada, com minha alma sempre dando reviravoltas de 360 graus com a vida que vinha dela para mim. Eu, mais velho que ela quinze anos , parecia a virgem da situação que ia sendo pouco a pouco deflorada, uma flor aberta que ela comia vorazmente com fome, sem piedade e eu me entregava ao sacrifício dolorido mais feliz.
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