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Contos-->EM BUSCA DE UM TESOURO -- 22/07/2011 - 15:14 (Ilário Iéteka) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Em um pequeno vilarejo chamado Campo do Tenente, no estado do Paraná. Morava seu José, dona Eva e sua filha Dirce. Os três sonhavam com a riqueza, procurando ouro enterrado. Eles pesquisavam muitos lugares como taperas, casarões antigos, aonde existissem comentários sobre ouro, lá estavam os três.

José era um homem corajoso, não tinha medo, destemido, as mulheres diziam-se corajosas mas era bater o pé, que saiam em desabalada carreira. O moço parecia um tatu, fazia buracos em qualquer lugar, bastava dizer que embaixo daquele pinheiro o povo suspeitava haver dinheiro enterrado. Lá iam os três de cortadeira e machado nas mãos, tentando achar o tesouro de seus sonhos, porque histórias sempre surgiam entre os moradores mais velhos do lugar. Falavam que os padres Jesuítas, os fazendeiros ricos, escondiam seus tesouros, ouro, prata e jóias, em potes ou panelas de ferro. Para que eles não perdessem os pertences, demarcavam com uma árvore ou fincavam um cepo de madeira resistente como a imbuia que era mais durável. Com o tempo esqueciam os lugares ou muitos deles morriam sem revelar para os parentes onde estava sua fortuna, o segredo ia para a tumba com eles.

Os boatos estavam em todos os lugares, José tinha a esperança de encontrar um desses potes. Num dia chuvoso, à tarde, ele saiu para reunir o gado leiteiro. Na volta passou com as vacas por uma tapera, seu tamanco estava cheio de barro, tinha dificuldades para andar. Ele notou um belo cepo entre duas árvores frutíferas, pensando que ali limparia seus calçados. As vacas continuaram em passos lentos, abocanhando um capim ali outro acolá, ele estava sem pressa, tirou o barro, deixando o cepo coberto de lama. Pensando que aquilo era um pilar da antiga residência, que não existia mais no lugar, saiu com os pés mais leves. Ele continuou a gritar com as vacas até que todas entrassem em suas cocheiras.

No sítio, dois amigos o esperavam para um bate papo e para saborear um bom chimarrão que era o costume do lugar, uma das bebidas prediletas dos moradores. Uma conversa vai, conversa vem, José contou aos amigos que passou com as vacas pela tapera velha, cortando caminho e um de seus amigos o interrompeu:
_ Senhor José sabe da novidade? Nesta tapera existe ouro enterrado, dizem que quem encontrar um cepo, encontrará o ouro, é o sinal da fortuna.

José emudeceu, ficou pálido. Não via a hora de dispensar os amigos, para ir buscar a fortuna. Logo que os homens sairão, ele passou a mão na cortadeira e saiu correndo até o lugar, por incrível que pareça, o cepo sumiu, desapareceu até o barro que havia tirado dos tamancos. Começou a pensar:
_ Eu tenho certeza que é aqui entre estas duas árvores!

José começou a examinar detalhadamente o chão, não localizava nada, chegou a cavar em vários lugares, ficou decepcionado, triste, a fortuna lhe escapara por um triz, dizia:
_ Não foi desta vez...

O homem apresentava-se desanimado, cansado. Voltando para casa, ele encontrou no caminho as vizinhas, chamada Eva e a filha Dirce, narrou o que lhe acabara de acontecer. Elas confirmaram que os boatos existiam, diziam-lhe que o cepo muda de lugar como se fosse encantado e começaram a contar uma nova história:
_ Seu José, o senhor está sabendo que embaixo daquela ameixeira, existe um tesouro? Muitas pessoas dizem ter ouvido correntes despencando da sua copa, indo direto as raízes da árvore. Isto parece um sinal de que há algo naquele lugar.

Seu José, ficou eufórico, convidou-as para irem em busca do famoso tesouro, caso encontrassem, dividiriam em partes iguais. Disse-lhes:
_ Tem que ser esta noite! Os donos da propriedade viajaram, temos que aproveitar a oportunidade.

As mulheres acabaram concordando, sabiam que na luz do dia seriam expulsos do lugar, então teria que ser a noite. José era um aventureiro, não tinha medo. Vinte e uma horas, eles saíram com as ferramentas, enxadas, machado e cortadeiras, para clarear uma lanterna de querosene daquelas antigas. Uma hora depois eles chegaram e começaram a cavar, trabalharam mais ou menos uns quarenta minutos. José estava animadíssimo, porque encontrou carvão no buraco, sabia que o tesouro estava próximo, nem percebeu que suas amigas saíram de fininho do lugar. Ao pedir para chegarem mais próximo com a lanterna, notou que as mulheres estavam a mais de cem metros, gritando apavoradas:
_ Seu José, pelo amor de Deus, saia deste lugar, agora!!

Apesar de ser corajoso, sem saber qual era o pavor das mulheres, resolveu abandonar tudo, foi correndo para ajudá-las e ao perguntar o motivo de toda aquela gritaria, diziam horrorizadas:
_ O senhor não viu um homem vestido de branco que estava do seu lado observando o seu trabalho?
José respondeu:
_ Vocês estão brincando comigo? Não havia nada no lugar além de mim.

Elas o convenceram a abandonar o serviço e que voltassem em outra oportunidade. José disse-lhes:
_ Eu não vou deixar minhas ferramentas, nem o meu tamanco, só porque vocês viram um fantasma!

Como o homem era corajoso, não se intimidou, voltou e apanhou seus pertences. Depois voltaram para casa fazendo grande comentário daquela noite assombrada. No dia seguinte, uma pessoa passou cedo pelo mesmo lugar, notou que alguém tinha cavado em baixo da ameixeira, ficou curioso e foi verificar porque alguém faria uma loucura como essa. Ao examinar, uma grande surpresa e apenas os gritos se ouviam como testemunha:
_ Um grande pote!!!

O tesouro estava a sua espera, muito ouro e muita prata. O homem passou a mão no achado e levou para casa sem contar a ninguém. Em menos de mês um dos vizinhos se mudou para a capital, sem dar alardes, ninguém mais soube do homem, sumiu do lugar. Com certeza foi o felizardo. Como dizia José depois de perder a oportunidade de ficar rico:
_ A sorte é para quem tem, não é para quem quer...
 

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