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Poesias-->Vazio -- 17/12/2013 - 03:00 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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VAZIO
Cheia de gente que passa
e exausta de convenções com pressa;
embaralhada entre obrigações
e ultrapassada como uma dor
absurdamente adjetivada
sem convicção de quase nada
meio molhada
sem guarda chuva
e em extinção
apelo a algo que ainda tenho
como um mendigo que pede água
arranho o mundo
cavalgo as nuvens
é isso sim : sair de fino
pensando a vida.
Há alguém vivo?
Apelo a algo se ainda tenho:
algo me rouba como um ladrão.
Tira a mesmice sem dizer nada
serve o silencio como um licor
Com isso ando ruas e muros
acariciando viver assim.
Como se tudo acabasse hoje...
Estes espaços são como vidas:
passam tão rápido, furtam o sol.
Isso que tenho me rouba inteira
rouba das coisas, rouba por mim.
Fico calada.
E volto a correr.
Alternativa? A eterna diva...
Morrer de sono? Viva a rotina.
Sou resgatada no meio ao nada.
Uma mirada, nem sei de quem.
Nem tudo é mudo:
há algo vivo
há algo sim
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