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Poesias-->BUSCA de ti -- 27/12/2013 - 04:17 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
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BUSCA de ti.
Abro uma gaveta, retiro uns brincos
tropeço com objetos algo inexplicáveis
e alieno o pensamento em domésticos motivos.
Perco-te como se perdem as perguntas.
O dia esconde você de mim
ajudado pelo esforço cotidiano da sobrevivência.
O céu resolve sua chuva chumbo de verão
sobre a cidade.
É impressionante como somes entre as sirenes
e as pessoas com suas vozes que contam tudo
conseguem tirar-te de minha memória pontual.
Desapareces no mundo como sombra
porque é impossível viver sem as formas
e suas ditaduras existenciais.
Realizo os disfarces obrigatórios para ocupar
os evidentes espaços triviais de um cidadão
e já não es mais que um micro ponto
luminoso, talvez, em algum lugar do meu cérebro.
Então
a minha fome de vida minha
vai reaparecendo.
Cresce qual trepadeira e geometriza sua urgência
Invade entranhas e sangue, atropela nervos adormecidos
Cerca a mente de situações arrumando lugares comuns
e diz que chegou a hora de retirar as armaduras
sentir-se vivo, respirar solto e saber-se humano outra vez.
Assim reapareces quase de tarde como algo incomodo
prazeroso e emergencial chamando por dentro
De ponto, viras farol, de quieto, vulcão atroz
e minhas vias circulatórias abrem suas portas e rendem-se
Preciso achar-te entre coisas mortas, brincos de argola
pratos e roupas, o telefone, papéis e chaves, coisas assim.
Ficas enorme, tamanho meu e dentro de mim
e não te encontro embora te pense
e tens um som que escuto e reviro
Assim aumentas na volta a casa
assim ausente cresce tua sombra
Deixo que cresças porque estas dentro
eu mesma acho que vou sair...
Devo sair quem sabe te encontro
devo sair
em busca de ti
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