LEGENDAS |
(
* )-
Texto com Registro de Direito Autoral ) |
(
! )-
Texto com Comentários |
| |
|
Poesias-->Naufragos sós -- 01/01/2014 - 23:44 (MARIA CRISTINA DOBAL CAMPIGLIA) |
|
|
| |
Náufragos sós
No momento exato da fuga
se é que há
ou que chamamos adeus
a sensação libertária invade
raio instantâneo,
segundo solto em que nada dói
então digo; que bom...
e ares, tempo, voos
para qualquer lugar
passagem sem limite
manhãs abertas
madrugadas aleatórias
mas na verdade estou livre
é de mim
daquela sufocante parte
construída com diques
aferrada como concreto
que elimina os medos
medo de te perder
medo de perder-me
no receio
receio de medo de querer
além do que se quer
na verdade estou e sempre estarei
sozinha no farol do oceano
como todos nós
às vezes um naufrago acerca-se
e acredito salvá-lo da tempestade
para depois perceber que foi ele
que me salvou da solidão
o que somos? Existe o “nós”?
Quando banal e comunicativa
coloco as coisas em seu lugar
treino convenções e contemporizo
para não ficar de fora
do mundo
jogo meu náufrago de novo ao mar
como se fosse meu
acreditando no porto
e nos navios imaginários
que víamos
“Nós”...
Impossível pessoa
num plural inviável;
passageiro como alucinação
então a sensação libertária
de novo instantânea como o raio
sem plural assustador, sem a dor da partida.
Mas o perfume que deixaste, náufrago só
acorrenta o pensamento sem perdão
e me faz atirar-me ao sentimento do mar
na esperança das ondas
a romper de novo
contigo
a solidão
------------------------------------------------ |
|