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Frases-->REFLEXÕES VI -- 31/07/2003 - 23:04 (Raymundo Silveira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É curiosa, e ao mesmo tempo patética, a maneira pela qual os indivíduos acumulam e perdem prestígio e poder perante os demais. Trata-se de algo instintivo. Quando alguém se torna potencialmente capaz de ser útil, as pessoas propendem a cercá-lo de homenagens e louvores. Mas quando aqueles mesmo atributos se tornam evanescentes, sucede o inverso. Trata-se, aparentemente, de um fenômeno banal. Contudo, se torna cômico quando observado à distância.

Escrever é uma conversa conosco mesmos que posteriormente passaremos ao leitor e, caso este goste da nossa conversa, aí sim, nós nos sentiremos poderosos, prestigiados e cheios de posse. Não se trata do poder, do prestígio e da posse convencionais. Sentimos que o nosso trabalho foi útil; que aquilo tão penosamente espremido da nossa cabeça não foi em vão porque tornou alguém feliz ou, no mínimo, interessado no que tínhamos a dizer. Então, o poder, o prestígio e a posse que o escritor adquire é quanto a ele mesmo. Ele pode sobre si mesmo, tem prestigio perante si mesmo e, finalmente, possui a si mesmo.

A sensação de liberdade quando se termina de escrever um texto do qual gostamos, é indescritível. Só há, no meu entender, um prazer maior do que este: é aquele proporcionado pelo amor, sobretudo o amor físico. Mas o prazer de se escrever é mais duradouro e vai além daquele porque transcende às sensações físicas.

O verdadeiro estigma da condição humana não é a morte, como muitos apregoam. Mas a ausência daquela contínua e sucessiva polaridade: ideal por vir / ideal concretizado. Quando isto deixa de existir, nada interessa. Tanto faz morrer agora, como amanhã, daqui a um ano, dez, vinte ou quarenta. Nada mais importa; não porque alguém deixa de se sentir capaz de atingir uma meta, mas porque já se fartou dela por antecipação.

Surgem, às vezes, em mim, ondas tão gigantescas quanto aquelas com que o mar engole frágeis embarcações. São as ondas do otimismo passageiro, do entusiasmo postiço, dos prazeres efêmeros. Do mesmo modo que elas, eu gosto de viajar. Percorrer distâncias curtas ou infinitas; deslocar-me ao léu, sem rumo certo. Não importando em que praia, em que porto, em que ilha vá quebrar.

Sinto uma autêntica ojeriza a obviedades. Definitivamente não nasci para Conselheiro Acácio, embora possa assumir involuntariamente o seu perfil.

Detestaria ter de escrever vulgaridades. Se me visse obrigado a isto a fim de sobreviver, penso que morreria de fome. Mas, cuidado! Muita gente confunde vulgaridade (e até mesmo futilidade) com tudo aquilo que não seja “profundo”; que não conclua com uma “moral da história”; que não encerre uma lição. Vulgaridade, para mim, é sinônimo de banalidade, ou seja, aquilo que é comum, ordinário, reles. E, sobretudo, sem um mínimo de originalidade.





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