Sublime
Ai! O homem sublime.
Nobre de nascença.
Não abandonou a crença.
Sabe que não é super-homem.
É só homem em ação.
Nadou a favor da maré.
Pegou ondas de fé.
Andou sobre o sargaço.
Ficou acima do lodo.
Sublimou o malogro
Que se alojou em sua mente.
Saiu pelo mundo a tentar sublimar
O malogro de toda a gente
Mas como isto pode acontecer
Num mundo fundamentado na vontade
E no poder.
Vai em frente pródigo, indiferente à vida
de toda a gente.
Deixa-se ir a sonhar.
Sem tempo para contar.
O infinito dá-lhe asas para voar
Em busca de um bom lugar.
Volta a si, chora e ri.
Lita Moniz
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