TROPICALICÍDIO
Faz calor,
caminho sem camisa
pela tarde sonolenta.
A tarde nada promete de novo,
o mesmo sol de raios fúlgidos,
brilhando no céu da pátria,
derretendo tudo.
As pessoas correm sonolentas
para as geladeiras da Kibom.
A tarde derrete sorrísos
em bocas morango... limão...
Tudo escorre... morno... melado.
O suor no rosto do espanto.
Carros em vapores no vento.
A moça e o rapaz
comentam... conversam em gestos,
parecem felizes.
( e eu quase concordo)
Abre o sinal,
caminha a multidão.
O casal é pisado
por pés e passos pesados.
O sangue escorre na avenida,
dissolve sorvete nas bocas,
mancha camisas claras.
Mario Aléxis
09/11/1980
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