Minha casa
Em algum lugar eu tinha uma casa.
Uma casa numa rua, ou num beco, ou numa grande avenida.
Numa rua eu tinha uma casa; não era grande, mas, cabia a todos.
As pessoas passavam e nem percebiam que ela estava lá.
As pessoas viam as casas e quem sabe a minha com muita pressa urbana.
Minha casa, na rua que não era minha, não estava só.
A minha casa era faceira, às vezes, bebia a noite inteira.
Minha casa tinha gente, gente de todos os sertões.
Todos se foram, contudo, a casa ficou.
Agora, não ela é mais minha...
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