Parecia dia já, embora ouvisse somente os
ruídos de animais que pareciam estar agitados,
sabia que ele tinha passado por ali. Tinha rastros de sangre ainda bem fresco por todo o caminho da trilha. Alguma coisa foi arrastada por ali ,dava para perceber pelo alvoroço causado pela centena de milhares de urubus espalhados por um local específico.A curiosidade matava. Tinha que saber do que se tratava. Espantando os famintos, me aproximei.Dava para sentir o cheiro da morte. Era um cadáver...desfigurado, mas que jorrava sangue por toda a parte. No meio de seu crânio, arrebentado como se fosse uma jaca tinha um bilhete. Curioso, um bilhete. Na verdade uma notinha escrita " Party time". Achei bem estranho, me deu uma vontade enorme de gargalhar, mas fui impedido imediatamente, pois comecei a vomitar. Tentei salvar o bilhete em vão, mas aquele cheiro me deixou enjoado. Alguns urubus sedentes beberam a mescla de sangue com meu vômito e pareciam alegres e satisfeitos, pois nem com meus tapas, consegui expulsá-los dali.
Já estava claro, muito claro. E o sol começaria então uma espécie de secagem do corpo, para que os vermes então conseguissem terminar seu trabalho mais rapidamente.
Foi então que percebi que faltava um olho à caveira...nojeito, pensei!
Quem levaria o olho do pobre difunto? O homem do Machado? Os famintos urubus? Ou eu mesmo, num ato de fome incontido ? Quem saberia...
Resolvi então me despir e me banhar. Tinha um lago ali pertinho, faria muito bem ao meu ego sujo e cansado.