Desde os primórdios, o instinto violento é exacerbado em guerras na sede insaciável da conquista. Novos territórios, novas culturas, o desejo de domínio que assola todas as nações. Antes fosse uma questão de sobrevivência, a tentativa de controle de tal instinto manter-nos-ía ilesos da própria ganància.
Como um círculo vicioso os paràmetros e princípios (homónimos em muitos povos) tornam relativo o conceito de ética. Essa concepção originária de um dogma cuja essência dominadora e arbitrária surge a partir de algo divino, é a corrente gigantesca que nos faz de elos durante todos estes séculos.
Muitos foram os conceitos de violência outorgados e vetados anos depois...
Qual o conceito de violência para os romanos em suas arenas de gladiadores? Em contrapartida, nestas mesmas arenas, qual o conceito de violência dos próprios gladiadores?
Inserindo também a mudança social e a evolução pela qual a humanidade ainda caminha, qual o nosso conceito à respeito das arenas romanas daquela época?
Muitos são os fatores que influem na formação de um conceito à respeito das atitudes da humanidade, principalmente a dita "ética" tão louvada , e tão inexistente.
Absurdos mundiais provocam agitações com tempo de "validade" no verso. Massacre em escolas americanas, lunático em cinema brasileiro, extermínio pela Yakuza no Japão, minas terrestres em Angola, guerra biológica no Oriente Médio. Como se a loucura fosse justificável por uma hipocrisia chamada "justiça", tira-se orgulhosamente a vida de muitas pessoas, que recebem (espiritualmente, é claro) a solidariedade de nós sobreviventes, Ã nós mesmos.
Roga-se evitar manifestar-se frente à acontecimentos que poderiam causar pànico e extrapolar os limites da lucidez. Qual o ato mais coerente para ajudar piedosamente o próximo? O silêncio dos grandes latifundiários enquanto observam famintos por seus lixos orgànicos; silêncio das instituições de pesquisa enquanto observam os deficientes físicos arrastando-se pelas escadas das cidades, desejando ser chamado ao menos de "perna de pau"; silêncio da nossa divina Igreja enquanto observa a humanidade ser dizimada por epidemias sexualmente transmissíveis...
Mas perguntamo-nos então; em que tudo isso irá influir realmente em meu cotidiano organizado e desprovido de qualquer intervenção alheia?
Realmente, em nada influirá. Continuaremos camuflando os erros em frases montadas "diplomaticamente", esquivando-se das verdades que teimam em acordar nossos pequenos sonhos, e preferindo acalentar o sono tranquilo da ignorància mentirosa, e da astúcia dissimulada. Então, prosseguiremos alimentando este círculo vicioso do planeta.
No silêncio mortal, a agressão física se confunde com a agressão moral.
