O sonho, clandestino ao que mais parece atroz realidade,
Caminha sem voz, sem arrimo,
Imbuído num magma de tempo e espaço,
Oculto ao seu próprio destino e isento de saudade.
Intrínseco ao que se diz aurora nata do inconsciente,
O sonho – ao que me diz respeito –
Não é ( e nunca foi ) vontade a pulsar em alheio peito.
A correnteza que carrega em si a certeza incerta da autoridade
Não fecunda o sonho e nem o isenta de identidade,
Mas teima em lançá-lo – mesmo que a esmo – contra as suas pedras.
©Anderson Christofoletti
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