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Cartas-->UMA CARTA À LUA -- 20/01/2004 - 16:14 (Eduardo Schmitt Amaro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cintilante astro:

Nos últimos dias tenho pensado no futuro. Não que tenha esquecido o presente, apenas desenhando os dias seguintes em minha mente. Conforme previ, serão tão complicados quanto os de hoje. Como um ser humano, acostumo-me facilmente, assim sendo, não ocupo meu tempo com preocupações. Afinal, nasci em uma época difícil e estou feliz por me adaptar à ela. Se não nos adaptarmos será complicado resolver os problemas futuramente. Mas um dia atrás, recebi uma notícia a qual minha mente teve motivo a se preocupar.
Depois, não parei de pensar em ti, nossa companheira de todas as noites. Apenas agora estudo um pouco a Astronomia, descobrindo seus segredos pouco a pouco, mas desde pequeno admiro-a. Olhava o céu azulado, imaginado o que existiria além dele. Dos meus olhos recém abertos para a noite, a primeira imagem que vi no céu escuro foi a tua, pois nasci sob teu brilho. A partir deste dia sorrio e me encanto ao ver no meio das estrela tua presença. Agora entristeço-me tendo que escrever esta carta com apenas um objetivo: um pedido.
Talvez já saiba porque grafo nesta folha, a beira da janela, contemplando sua face. Não estás feliz. Posso ver em seu rosto, brilhando sem muita força agora, afastado. Pode achar estranho receber estas palavras de um mísero humano mas imploro-te: não nos abandone! Por que vais, depois de tanto tempo junto a nós? Deve ter muitos motivos para isso e entendo, pois também compartilho sua dor, quem sabe até pior. Achas que és apenas tu, cara Lua, que desejas sumir desta região, viver em paz, sem violência desnecessária, no paraíso do Universo? Confesso! Queria eu estar morando num planeta cheio de maravilhas, sem trevas, apenas saboreando a vida sem preocupações e mesmo que tivesse esta chance, não iría! Sabes porque? Não abandono o chão que me criou, o qual fez correr sangue em minhas veias. Batalho! Mesmo sabendo que muitos de meus irmãos causaram e ainda causam dor de quem nos criou. Luto para diminuir sua dor, o mínimo que seja. Ela mostrou-me a vida. Ouço e atendo à quem me pede ajuda e à quem devo muito! Por que sais do campo se já guerrearas milênios? Posso ver o quanto sofreu, em suas cicatrizes, protegendo-nos de tantos bombardeios cósmicos. Mas será este o momento de desistir? Não podes entregar-te, não agora! Precisamos de tua presença, tua mansidão, tua beleza. Fique, por favor! Estas palavras não estão pedindo apenas por nós, os quais cairiam de joelhos com as mãos no rosto, ao ver a noite sem teu brilho, e sim também pela pobre Terra. Entraria em depressão se te afastares. Sabes disto! Note, ela gira sempre querendo olhar sua companheira, não perdendo-a de vista. És uma das poucas belezas que distrai nosso planeta de seu sofrimento. Tu tens noção do que acontecerá, caso partires. A Terra girará desnorteada, procurando desesperadamente sua vizinha. Logo, irá chorar sem parar, transbordando os oceanos, tornando-se um planeta de lágrimas. Sei que não queres isso. Ninguém quer.
E as tantas canções, poesias, amores, tudo isso faz parte de você e deves valorizar. Tu és tão bonita, minha amada, que na noite, as estrelas cairiam e o céu tornaria-se negro sem você, pois todos param para admirar sua vênus. Não pode impedir-me de amar-te, tenho sentimentos e sei que também tens, como disse, posso ver em seu rosto.
Caso receba esta carta (algo dificilmente provável) não hesite em refletir. Aqui quem escreve é apenas um miserável poeta, o qual dá recém seus primeiros passos, pedindo poeticamente com a maior sinceridade que possa redigir em palavras: Não apague tua luz, quebrando as lâmpadas do cosmo, afogando a Terra em suas próprias lágrimas.

Se mudares de idéia, envie uma mensagem, acendendo a noite como antigamente. Caso contrario adeus, adeus amada Lua. Adeus.
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