Como mancha de baton,
tiro no banho a minha noite.
Noite da janela,
noite da noite,
da lua nua,
da morena da rua.
Do baton negro da noite,
do brilho da noite,
livros, noite, livros noite.
Da janela, da varanda, do telhado, das estrelas
do meu quintal.
Noite que vem surgindo,
que vai sumindo
me consumindo...
Noites que não durmo,
noites que não sonho,
noites que roubam a noite.
Noite, noite, noite...
Que me traz alegrias,
que me invade os espaços
num curto espaço.
Noite de meus dias,
há dias que te espero e te recebo,
da minha janela.
Válber Diniz NOV/90 |