Perguntarão vocês: afinal de contas, sobre o que ele está falando?
Eu sou assim mesmo, saio falando como se todo mundo devesse saber qual o assunto. Mas, felizmente, vocês perguntaram e eu vou explicar.
Alguns de vocês terão lido em minha página www.suacara.com as denúncias que fiz contra uma empresa (com várias filiais na cidade de São Paulo e uma aqui em Santos) de quem comprei um HD para o meu computador. Bem...dentro do prazo de vigência da garantia a peça “pifou”. Levei-a à empresa onde havia adquirido e a deixei para análise do problema. Alguns dias depois, telefonei e o técnico confirmou a existência de um problema mecânico e a impossibilidade de recuperação da peça. Porém, não possuíam um exemplar da mesma capacidade para efetuarem a troca.
Disse-lhes, que não seria esse o problema. Eu ficaria com o material mais potente que possuíam para entrega imediata e pagaria a diferença de R$ 10,00 (Eu pagara R$ 310,00 pelo meu HD e o material de que dispunham estava por R$ 320,00). Eles não aceitaram porque meu HD já havia sido usado. Eu deveria pagar a diferença de R$ 170,00.
Resumindo: não aceitavam menos que R$ 170,00; não davam garantia total sobre a nova peça e não arrumaram um material igual ao meu. Recorri ao Jornal da Tarde; depois de trinta dias, fui ao Cidoc e eles nem compareceram à tentativa de conciliação. Apelei para o Juizado Especial Cível e na prévia de conciliação (oito meses depois) tentaram entregar uma peça semelhante e com a garantia remanescente. Além do mais, segundo o C.D.C., passados trinta dias, a escolha era minha e eu preferi a devolução do valor pago. Óbvio que não aceitei a proposta deles, mesmo pressionado pelo conciliador:
-O senhor se sujeita a esperar mais alguns meses e sem a garantia de que vai ser atendido o seu pleito?
-Não importa! Eu espero o tempo necessário e aceito o risco.
Há que se mencionar que na conciliação no CIDOC, concederam-lhes meia hora de espera e eu fiquei ali, “plantado”, sem que eles aparecessem. Na prévia de conciliação no J.E.C., eles telefonaram dizendo que chegariam atrasados; esperei quarenta minutos, até que aparecesse a preposta.
Foi marcada a audiência de instrução e julgamento para o dia 13 de abril de 2001. E, depois, comunicada a alteração da data para hoje, 04 de maio de 2001, uma vez que a data anterior caía na Sexta-Feira Santa.
Enfim, depois de dez meses de espera, a audiência. Compareceu o próprio dono da empresa. Chegou dirigindo uma BMW esporte, novinha. Uma enorme pasta de couro de cor preta e trajando uma elegante bermuda. Esses “cara-duras” são assim mesmo!
Resultado: teve que sair voando e ir comprar umas calças “Rancheiro” (No meu tempo eram assim chamadas!). Voltou suando; o calor, aqui em Santos, está infernal. Com algum atraso houve a audiência. Uma impecável atuação do Magistrado, e o “espertinho” restituiu-me o valor pago, com as devidas correções.
Se valeu a pena?
Mas é claro que sim! Mesmo que eu tivesse gasto mais que o valor a receber. É uma questão de princípios!
Se fosse com você, provavelmente “deixaria barato”. Você nem é capaz de enviar um e-mail para o Deputado responsável pelo Projeto de Lei que altera o Código de Defesa do Consumidor em seu prejuízo futuro. Uma vilania : http://www.suacara.com/trombone.htm