Meu querido e doce Magno Mello,
Li seu artigo com certa estranheza,
ao me ver nele citada.
E um tanto pasma, ao constatar que você se refere à minha amizade com Lumonê, como se ele estivesse “fazendo minha cabeça” politicamente...
LEDO ENGANO!
Há um trecho, em especial, onde você me destaca:
“Milene Arder, pessoa que considero muito e a quem tive oportunidade de advertir pessoalmente sobre a importância das revelações que venho fazendo, desdenhou-me e a meu texto, referindo-se ao segundo como “mais uma dessas enfadonhas denúncias de corrupção, que não entendi direito”, se é que traduzi com fidelidade sua opinião sobre o discurso, mas depois se revelou amiga eletronicamente íntima do tal de Lumonê, cujo petismo fanático e desprovido de capacidade crítica (parecido com a estúpida simpatia que eu antes tinha pelo partido) o impede de pelo menos levar em conta minhas considerações sobre o tema. Suponho que Lumonê tenha convencido Milene, como fazem alguns dos meus antigos “companheiros”, de que sou um tucano disfarçado, logo eu, que desperdicei mais de meia dúzia de votos no atual presidente.”
Posso afirmar-te, caro Magno, que ninguém me convence de nada. Vejo a vida com meus próprios olhos e cavo meu caminho por sendas objetivas que me têm levado onde eu desejo.
Jamais desprezei seus pontos de vista. Apenas não me vejo obrigada a empunhar bandeiras de quem quer que seja.
O que me liga ao Lumonê, embora não tenha de dar a mínima satisfação a ninguém, é simplesmente uma interação literária que este convívio bizarro, da Usina, nos permite.
Não sigo idéias de nenhum partido, a não ser o meu senso de vida prático, numa luta diária de fidelidade aos meus princípios mais caros.
Admiro sua galhardia nos temas a que se propõe, mas nada me obriga a definir-me contra ou a favor de
tucanos,
gregos
ou troianos...
Sou muito honesta naquilo que escrevo e jamais fugi de minha linha de pensamento, assim como a ninguém permito intromissão naquilo que penso, ou deixo de pensar.
Se mudo de idéia, vez por outra, o problema é exclusivamente meu. E vou mudar a vida inteira, pois faço questão de ser uma pessoa normal, com defeitos e qualidades.
Raramente leio textos políticos. As notícias rotineiras de jornais e televisão já me deixam em dia com a “notícia”, mesmo sem querer...
Minha preferência é pela ilusão benéfica que a arte me pode proporcionar.
Quanto às réplicas, neste site, vejo-as como uma brincadeira, quando vêm dos outros para mim... E como um mero exercício literário, quando de mim para os outros...
Ademais, se isso lhe serve de consolo, procuro, como “agente de mudanças” que sou, por natureza da profissão que escolhi, empenhar esforços no sentido de ajudar a desentortar um pouco esta sociedade hipócrita em que vivemos. Não por meio de prolixos discursos contra o governo, mas através do material mais sólido que tenho em mãos:
INSTRUÇÃO E SABER...
Espero que tenha sido clara.
Sem mais
Um forte abraço!
Milene Arder
“E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos”
(Mateus, 6: 7).
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