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Poesias-->SEPARAÇÃO -- 15/07/2014 - 18:11 (Roosevelt Vieira Leite) |
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SEPARAÇÃO
Ela não lhe dava mais beijos ao amanhecer.
Ele estava assustado, deveras, apavorado:
- Será que não estou mais em seus sonhos?
Seu coração apressado corria sem direção:
- Separação?
O homem se rende quando a dor é no peito.
Todo homem busca a paz, sejamos inteligentes!
Os descontentes estão na fila da exceção.
Via de regra, o homem é um pássaro sempre em busca do ninho perfeito.
Ele é bicho, ele é gente, e gente tem coração.
Ela não o elogiava mais; de sua boca uma porção peçonhenta, em três turnos, emanava.
Um vapor de enxofre lhe ardia o nariz:
- Sou ciumento?
Seus olhos não mais se encontravam.
Era uma vida como uma sala vazia cheia de personagens congelados:
- Somos soldados armados!
- Oh, terra de tantas coisas!
Ele era mais um homem amaldiçoado.
Ela era mais uma mulher sozinha na estrada.
Ela não mais reclamava a data de seu aniversário;
Nem lhe exigia a mão;
Nem lhe suplicava o pão;
Nem caminhava com ele na mesma trilha: “Nossas vidas estão distantes”.
Essa era a lógica, o dito, a teoria consagrada.
O homem vestiu preto até o próximo janeiro.
A moça limpou suas lágrimas com o lenço de um viajante.
Ele chorou como um chuveiro de gotas grandes e pesadas;
Foram tantas que o mar se agitou.
Ele e ela foram para lugares distintos.
Na janela de vidro de sua casa deixaram um recado:
“Vende-se”...
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