Sou poeta, sou macio, sou redondo e pequenino. Sou criança, inocente. Tenho a pele delicada, sou feito para o beijo e a ternura. Para o afago e a carícia. Se me envolvem com verdades e doçura, com poesia e com romance, eu me deixo conduzir alegremente. Dou a minha mão com a mesma facilidade com que dou a minha alma. Dou-me todo, viro anjo sensual. Mas, se por acaso me enganam e tentam me explorar; se me mordem, eu reajo feito a salamandra de pele áspera. Viro veneno. Se me oprimem e me engolem por maldade, produzo toxina fulminante. E como sou grande por dentro, eu me salvo de quem me prende, e saio de novo para a Vida, louco e livre, como sempre. E volto a ser gostoso, bem macio, poeta, doce, pequenino - e pronto outra vez para o beijo e a lambida, para o afago e a ternura.
Acesse o blog MUDE
|