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Cronicas-->TERMÓMETRO URBANO -- 02/12/2006 - 00:58 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TERMÓMETRO URBANO NUM DIA FESTIVO NO PORTO

João Ferreira
1 de dezembro de 2006

Fui para a rua. Gostaria de ir como repórter. Mas fui apenas como cidadão observador. Era o dia 1 de dezembro de 2006, data que os portugueses celebram com muito carinho.Historicamente é o dia da libertação do jugo espanhol, ou como oficialmente se diz, o dia da restauração.
Os portuenses aproveitaram o feriado saindo à rua, em massa, com toda a alma. O dia esteve seco, sem chuva, e, com o comércio de portas abertas, aproveitaram para passear, para ver os preços e comprar. Passei por locais calmos como a Rodrigues de Freitas e a Batalha. Visitei sítios comerciais mas foi na rua de Santa Catarina, a verdadeira baixa do Porto, que encontrei o movimento e a cidade em peso. Sendo feriado, a população desceu toda para a Baixa. É aqui que se encontram as grandes firmas comerciais da União Européia, aquelas que dominam geralmente os shoppings da capital portuguesa do Norte, como o Dolce Vita, o Parque Nascente, O Shopping Norte e Via Catarina. A rua é, por isso, um retrato fiel do que é a força comercial européia em suas maiores representações capitalistas.
Como não há fronteiras de nenhum tipo, nem sequer as alfandegárias, as empresas poderosas vêm até aqui e tomam conta do mercado dos ricos e dos endinheirados burgueses.Não apenas os bancos, os hipermercados e os shoppings internacionais mas também as grandes empresas de comunicação e as casas avançadas de eletrodomésticos em seu lugar cativo nesta rua-rainha da Baixa portuense.
É por isso que a rua de Santa Catarina se transforma num grande centro comercial da Baixa portuense, com a vantagem de ser um mercado aberto, exibindo todos os títulos do elenco luminoso de marcas e produtos. É a United Collors of Benetton, a Zara, l´Octane en Provence, Halty, Stradivarius, Intimissimi, Cortefiel, Vodafone,, Multiopticas Porto, Pollux, Mango, Calzedonia. A acompanhar a dinàmica comercial, a população aproveita, passa e vê. Há uma massa circulante, jovens e velhos, pais jovens com carrinhos de bebés, pares de namorados, todo o mundo portando roupas de frio, casacos em couro, famílias inteiras, grupos de amigos. No átrio da rua, esvaziada de carros e exclusivamente reservada para pedestres, há detalhes que chamam a atenção. Entre eles, a tranquilidade com que os cidadãos param junto dos caixas do multibanco para sacar dinheiro, entre a multidão ambulante e circulante. Há fogaréus populares espalhados pela rua, assando e vendendo as tradicionais castanhas transmontanas à dúzia. Mais adiante, um show rumoroso de tamborins, formado por jovens brancos, com um malabarista oferecendo ao público um espectáculo com vara de fogo! Diante deles, uma grande multidão se movia. Ora entrava ora saía do Via Catarina, rumo à Praça da alimentação, da Bertrand ou da Worten. Nas cercanias da Batalha, os bancos estavam ocupados por idosos e perto da igreja de santo Ildefonso, uma casa lotérica fazia as últimas apostas para o milionário euromilhões. No fundo, era um feriado. Mas transformou-se num termómetro urbano capaz de nos mostrar como o portuense gosta de passar seus feriados quando as ruas já estão iluminadas e decoradas para as festividades do Natal.
João Ferreira
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