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Cronicas-->NAS ASAS DO MUNDO -- 16/12/2006 - 20:15 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
NAS ASAS DO MUNDO
João Ferreira
Milão, 16 de dezembro de 2006

Podemos voar nas asas do mundo.Viajar.E de repente nos encontrarmos
em Itália. Em Milão,por exemplo. Entrando pelo moderníssimo aeroporto
de Malpensa.Encontrar um amigo com "Il sole 24 ore.Quotidiano politico
economico finanziario" na mão e dar à trela, falando sobre Italia,
União Européia, italianos e Milão. E aí, sim.Já na cidade, pegar
o metro na estação de Cadorna, parar em Santo Ambrogio e começar
uma visita ao centro da capital lombarda, para aproveitar o máximo.
Uma cidade e tanto, esta de Milão, em favor da qual vale a pena pagar
para ver. Milão é um museu ao ar livre. Uma expansão do gênio
artístico italiano,a céu aberto. Um gosto, uma arquitetura, uma
técnica,uma habilidade,um engenho. Tudo junto! Rinascimento
e tempo da reunificaçao italiana,no século XIX, fazendo um todo.
Temos à vista a Piazza della Scalla, depois a Piazza del Duomo.
Faço questão de ir ver de perto a fachada do La Scalla. Está em
cartaz a "Aida" de Giuseppe Verdi. A rua do compositor está logo ali,
ao lado. Certíssimo. Logo na frente, no centro da praça,
o monumento inesquecivel a Leonardo da Vinci, um renovador das artes
e das ciências, segundo o letreiro que ilustra este monumento,
de 1872.Leonardo é um modelo acabado do gênio renascentista italiano.
Com a solenidade de um varão ilustre, ele emoldura o centro clássico
e artístico de Milão. Da Piazza della Scalla, de espreita, se vê
o começo da Galeria nobre,elegante e majestosa de Vittorio Emmanuele
II. Tem cafés protegidos com vidro e em temperatura agradável em
pleno inverno europeu, livrarias, lojas, restaurantes. O projeto
pertence a Giuseppe Mengoni e foi iniciado em 1865. Tomei um chá
chinês com biscoitos locais, ali no Zucca, ao custo de 5,80,cinco
euros e oitenta cêntimos. Dali se podem contemplar, em frente,
as célebres lojas de Masssimo Dutti. A Galleria está conectada com
a belíssima Piazza del Duomo, ou Praça da Catedral, que faz parte
de um dos mais lindos projetos arquitetónicos do mundo. Da praça
pode admirar-se toda a majestade gótica de uma fina filigrana
trabalhada em pedra e mármore. Nas agulhas do monumento há cerca de
quatro mil figuras diferentes, sem que uma só seja repetida.
Nesta cidade maravilhosa, um cidadão conhecedor dos costumes de
muitos países do mundo, admira o positivo conservadorismo mesclado
de modernidade dos transportes públicos da cidade lombarda que
ainda conserva e utiliza intensamente o tradicional bonde ou
elétrico como transporte. Nas cidades do Rio de Janeiro e de
São Paulo, e também em Lisboa e Porto, os bondes e os elétricos
terminaram já, em favor dos autocarros, ou dos ónibus motorizados.
Hoje é sábado, fim de semana, em Milão. O povo anda em massa nas
ruas. Dia de compras normais e compras de Natal. Aqui como em todas
as cidades da União Europeia, se vê o poder dos bancos e das grandes
empresas. E assim, quem tem poder especial de compra, pode procurar
a via della Spiga, onde encontra bolsas de senhora a 430, 630 ou 849
euros, uma brincadeira de preço que ronda, em moeda brasileira,
os 1.250, 1.850, e 2.500 reais! Uma cidade harmoniosa,com muitos
imigrantes árabes, albaneses, ucranianos, romenos, senegaleses
e outros. Também um ou outro, na rua, estendendo a mão, pedindo
cinquenta centavos.
Mas aqui,como em toda a União Européia, o problema que mais
preocupa é a imigraçao ilegal. Na Itália,comono Brasil e em Portugal,
se discute, também e muito, os problemas centrais da economia.
Os problemas da produção, da aposentadoria, do emprego e desemprego,
os problemas da reforma previdenciária. Muitos jovens vivem como
free lancers. Nem sempre os diplomas garantem empregos. E tal como
nos demais países da UE, há problemas comuns, que são as taxas
de juros subindo para quem comprou casa própria, os salários sendo
desvalorizados, o emprego precário e provisório, os novos projetos
para subir a idade de aposentadoria na Itália, tal como já fez
a Alemanha. E da mesma forma que aconteceu em Portugal, com
Sócrates, cujas reformas ultimamente levaram o primeiro ministro
a se embater com as autarquias e as universidades e saúde,
também aqui,na Itália, o choque entre reitores de Universidades
e o Ministro das Universidades e Pesquisa tem sido duro e frontal.
Isto, pelo fato de o Ministério ter imposto um corte de vinte por
cento nos gastos intermediários das Universidades como o aluguel,
a limpeza e outros itens, assim como em outros problemas, onde as
reformas passam por orientações comuns para toda a União Europeia.
Falam,com toda a clareza, que na Itália, em 2005, a despesa pela
Previdência cresceu 3.3 por cento mais do que a inflação e
ultrapassou o PIB em 15%. O que isto quer dizer, segundo os
analistas, é que os ventos agrestes que os portugueses sentem
varrer seu país, estão varrendo também,mutatis mutandis, toda a
União européia. Se isto for verdade, como afirmam os intérpretes
dos Governos, os jornais e muitas conversas que circulam por aí,
é bom ir desde já, acompanhando...porque a ventania está brava
mesmo!

João Ferreira
Milão, 16 de dezembro de 2006
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