Cabisbaixo, sentado em um dos largos degraus da arquibancada de cimento do pátio da escola e com ambas mãos voltadas para o rosto, juntas ao queixo como que desejando ampará-lo, Marquinhos procurava em sua imaginação uma forma de poder solucionar o problema de seu amigo Serginho: Ele nunca tivera uma única festa de aniversário. E, como faltavam poucas semanas para completar doze anos ficava encafuado, perdido e sozinho em sua impenetrável tristeza.
De repente, Marquinhos, indo ao portão de saída notou aquele cartaz que informava aos alunos: ‘Concurso Literário Escolar’, cujo prêmio seria de quatro mil reais em dinheiro. Como ele sempre fora considerado o melhor aluno da escola não teve dúvida; iria participar e já se imaginava oferecendo ao colega uma estupenda festa de aniversário com direito a palhaços e tudo ... assim, com ar de vencedor, saiu misturando-se às outras crianças.