Com gazua de ouro
Félix Maier
Os parlamentares brasileiros fecharam o ano com chave de ouro. Depois de absolverem a si mesmos, mensaleiros que quase todos são, absolveram-se, também, uns aos outros, no caso das "sanguessugas". Já haviam todos se absolvido na CPI do Banestado, prova de que todos os partidos políticos do Brasil têm o rabo sujo de cocó.
Foram, assim, Suas Excelências apenas coerentes quando se autoconcederam um aumento de proventos de quase 100%.
Por sorte, alguns parlamentares ainda não corrompidos foram até o Supremo para barrar a farra natalina, concedida pelo trenozinho de Papai Noel. E alguns caras-sujas, dito "pintadas", fizeram algum barulho no gramado da Esplanada dos Ministérios, com meia dúzia de cutianos. Coisa fraquinha, que prova que a CUT e a UNE comem graninha (não graminha) na mão do governo lulano.
O Brasil é mesmo um país surrealista. Aldo Rebelo, que se diz comunista e que até hoje enaltece Stalin, já pediu no plenário da Càmara "não briguem, pelo amor de Deus", quando Nhó Cêncio e um outro colega quase entraram no tapa. Para comprovar que no Brasil muitos dos comunistas hoje são de mentirinha, como Aldo (não o messetê, infestado de comunas), este ainda teve a ousadia, como comunista, de assistir a uma missa rezada por um bispo de Brasília, que puxou a orelha de todos os parlamentares, especialmente as dele, Rebelo...
É, os parlamentares fecharam o ano com chave de ouro. Melhor dizendo, com gazua de ouro, como foi dito pela última revista Veja.
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