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Cronicas-->A HISTÓRIA DE UM PARDAL -- 30/12/2006 - 00:12 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A HISTÓRIA DE UM PARDAL NA PIAZZA DEL DUOMO DE MILÃO
João Ferreira
Milão, 17 de dezembro de 2006

As ruas da capital lombarda estavam apinhadas de gente. Respiravam-se os ares natalícios e havia febre de consumo nos olhos e nos passos ansiosos das pessoas. As ruas e as lojas estavam decoradas com luzes douradas.
Apostava-se na mística da quadra natalícia. Parecia que ninguém duvidava de que o Pai Natal viria até ali, armado de cartola vermelha e branca, e deixaria muitos presentes para as criancinhas.
Pude presenciar o espírito do Natal que os milaneses preparavam. Vi isso na rua como observador atento. Andei de olhos bem abertos espiando os movimentos da multidão. Havia por ali muitos imigrantes albaneses, árabes, libaneses,romenos, búlgaros, ucranianos, africanos. Encontrei alguns portugueses e bastantes brasileiros. Mas a população predominante era, como não podia deixar de ser, a italiana.
Passei pelas portas Ticini e Venezia. Estive frente à igreja e porta de S. Lorenzo. Em qualquer lugar da cidade, vi, ao vivo, um presépio em plena rua. Lá estava o burrinho, a vaquinha, um dromedário e várias ovelhinhas. Palhinhas naturais e uma divisória de madeira fingiam a corte e, do outro lado, havia imagens em tamanho natural figurando Maria, José e Jesus de Nazaré.
Mas o que mais me chamou a atenção nesse dia, foi uma cena muito natural e, para mim, muito bonita. Foi em plena Piazza del Duomo. Havia comprado meus jornais, passara pelo café Zucca na Galleria Vittorio Emmanuele II. Na Piazza, tinha, de um lado, a monumental fachada gótica flamejante da catedral. E, de outro, um grande palco para shows, acompanhado de uma imensa parafernália de apetrechos destinados às bandas que utilizavam o palco. A praça estava quase cheia, com muitos curiosos. Para variar, destacavam-se os amigos dos pombos, caractrizados pela viciada idéia de distribuir grão de milho para essas criturinhas já gordas e por vezes doentes. Os pombos levantavam vóo, pousavam, ora em revoadas ora em pequenos grupos.Eram uma parte tradicional, e talvez importante, da vida da Piazza. Muito numerosos, cada dia aumentavam mais, atraídos pelo grão jogado ao chão pelos turistas e pelos protetores. No meio deles, esperto e independente, bem pequenino, ágil e rápido, um pardalito, dava um show bonito ao disputar os grãos com os pombos. Destacava-se no conjunto. Pela disparidade do tamanho e pela maneira rápida como ele conseguia entrar no meio disputando ou se isolar habilidosamente para pegar grãos avulsos que caíam no meio da pomboada, este pequeno pardal foi, naquela tarde, o grande herói que meus olhos destacaram na Piazza del Duomo, em Milão, na penumbra do Natal 2006, que já se aproximava.


João Ferreira
17 de dezembro de 2006
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