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Cronicas-->FELIZ ANO NOVO -- 30/12/2006 - 18:36 (JOÃO BOSCO LOMONACO MENDES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ontem, na Internet, desejei a uma pessoa um ano novo cheio de paz, felicidade e muito dinheiro. E ela, apenas me respondeu: quero saúde e paz.

Tem razão. Com Saúde e Paz, o resto se constrói. E se é feliz.

A saúde gera bem-estar. Prepara para o dever bem cumprido. Incluindo, nesse dever, o próprio trabalho. Que nem todos têm. Mas que, com saúde, se pode ir buscar.

Com saúde, encara-se a busca das soluções dos problemas mais difíceis que se nos apresentam. E se vai em frente com vontade de vencer. A saúde é preponderante para quem quer ir em busca do que lhe interessa e tem pinta de trazer a felicidade.

Pelo sorriso que o brasileiro sempre tem a oferecer, somos saudáveis. Porque, até nas dificuldades mais perrengues, ele está sorrindo. E contando um caso que lhe justifica este sorriso. E a risada franca e contagiante. Isto é bom. É sinal de que, senão a física, pelo menos a mental está em ordem.

Acho que estou bem de saúde.

Brasília. Dia 20 passado. Duas malas de presentes da terrinha. Chocolate. E café. Do bom. Perfumado.

Três e quinze o despertador do celular chamou:"vai trabalhar, vagabundo!".

Pulei da cama. Higiene pessoal. Banho.

Quatro horas o amigo de meu filho estava debaixo do bloco. Para nos levar ao aeroporto. No seu carro. Deixou-nos na fila da TAM. Parecia tudo normal. Que iríamos mesmo para Guarulhos, no horário.

Vóo 3181. Sairia às 5:40. Em Guarulhos às 7:00hs.. Reserva feita no Mércure da Rua Barão de Mauá. No centro de Guarrulhos. Com certeza poderia descansar o dia todo. Para, às 20:00hs, enfrentar a fila do vóo internacional da American Airlines. Rumo a Dallas. E de lá, para Denver. Onde iria conhecer minha netinha gringa. Três mesezinhos de sorriso desdentado e carinho.

Já no guichê, Fé - nome sugestivo e delator do que me esperava - uma loura simpática e atenciosa, me disse: "a previsão do vóo é de duas horas de atraso. O portão de embarque é o de nº 10. Qualquer dúvida o senhor queira dirigir-se aqui ao balcão e poderemos ajudá-lo no que for necessário. Obrigado". De nada, respondi, sem perceber que, daqui pra frente, a minha jornada seria de muita fé. E de muita saúde.

Duas horas depois, sem qualquer informação nos monitores - o vóo estava vindo de S.Luís - fomos informados de que o portão donde partiríamos seria o de letra M. Mais duas horas. E o portão seria o de nº 9. Onde ficamos até meio dia.

Muito incoformismo. Senhoras de idade reclamando do cansaço. Outra, preocupada com o isopor que aprontara na véspera, vinda do nordeste, com torta de camarão congelada. Para a filha em São Paulo.

E a companhia nos direcionou para o almoço. Com direito a um único refrigerante e bifet. O segundo refrigerante foi por sua conta... A fila do almoço era infindável. Porque não era só o vóo 3181 que atrasara. Ele fora o cabeça dos demais.

13:30 hs. Novo portão. O de nº 8. Muita reclamação. Passageiros indo e vindo à companhia. À ANAC. À delegacia. Ao PROCON A companhia dizia ser avião quebrado. Peça estava chegando de S. Paulo às 15:00hs.. Velhos se queixando. Senhores cónscios de seus direitos esbravejando. Celulares à mil. Cada vítima se achando como o solucionador do problema. Mas a resposta ainda não chegava.

Vi umas pessoas com vóo internacional marcado sendo remanejadas para outros vóos. Para não perder a conexão. Fui juntar-me ao grupo. Eram 15:10hs.. Quando o atendente que, com toda a paciência de quem ama seu empregador, nos atendia, foi avisado de que um vóo vindo de Alagoas seria remanejado. Para assumir nosso transporte. E o portão foi remarcado. O de nº 6. E os horários também. 15:10hs.. 15:35hs..

Chegou uma aeronave e encostou no finger. Saíram os passageiros. Albano Franco vinha nele. Devia ter rezado uns três terços na viagem. Como de costume. 15:45hs.. Enfim, às 15:30hs fomos convidados a tomar assento no avião. Sem lugares marcados, dada a confusão reinante.

Todos cansados. Mas sorrindo e brincando com a situação. Só alguns estressados - sem saúde - reclamavam. Porque haviam tomado seus lugares Até as crianças, embora cansadas, brincavam e sorriam.

Foi quando a voz do comandante se fez ouvir, com sotaque, para lastimar o ocorrido. Que o caso se devia à quebra da nossa aeronave e aos super cuidados do controle de vóo, que estava retendo vóos, em mais de 20 minutos de segurança, em cada aeroporto em que desciam. E que nós, ainda, deveríamos esperar, dentro da aeronave. Por mais uns quarenta minutos, por vóos em trànsito, para o embarque de passageiros com o nosso destino...

Triste. Mas, alegres, íamos levantar vóo. Enfim.

E o vóo 3181 da TAM que deveria levantar vóo às 5:40, o fez às 16:40.

Bem que a presença da Fé foi um prenúncio para todos nós. Que devíamos ter saúde e bastante Fé em Deus para enfrentar uma loucura que estava apenas recomeçando. Agora no período das festas natalinas. O segundo apagão aeroviário.

Em Guarulhos, enfim. 18:00hs. Uma oração a Maria pela chegada. Angelus.

E ficamos na esteira de bagagens por mais de 40 minutos.

Faltou uma das malas, embora na esteira muitas sobrassem. O despachante da TAM, atencioso, como todos, solicitou-nos marca, descrição, conteúdo da mala. Pegou endereço de destino, em Denver. E tranquilizou-nos. A mala chegaria conosco. Lá.

Nesta alturas, que hotel, qual nada!

Fomos à Polícia Federal para declaração de bens. Duas máquinas. De fotografia e de filmagem.

Fila da AA. Enorme. Declaração. Onde comprei as malas. Onde as arrumei. Algum momento elas haviam ficado sem companhia? Levava nelas gel? Líquidos? Isqueiros? Algo ponteagudo? ou cortante? Conferência de passaporte.

Enfim, guichê de liberação de bilhete.

O oriental simpático que nos atendeu, começou a nos procurar em sua tela.

De Gurarulhos para Dallas. Tudo Ok.

De repente, os olhinhos do oriental se abriram espantados. Ele olhou pra nós. Olhou para tela.

E ele muito preocupado e solícito: "senhor, está havendo um grave problema."

Nossa! Que susto! O que teria havido? Teria eu sido confundido com terrorista? Sou apenas um nordestino que queria embarcar para os Estados Unidos. Por doze dias. Para estar com minha filha, casada por lá. E conhecer minha netinha. Afinal?

"Os senhores podem chegar a Dallas. Mas, fatalmente, ficarão retidos no aeroporto por alguns dias..."

Credo!

" É que Denver está sob intensa nevasca. Algo diferente que há alguns anos não acontece. O Aeroporto está definitivamente fechado. Para pouso e decolagem. Por tempo indeterminado. E a companhia não lhes dará hospedagem porque se trata de fato da natureza. Os senhores deverão permanecer em Dallas por conta própria. Não haverá hotel em Dallas. Sugiro suspenderem a viagem por aqui. Até que Denver se regularize. Remarcarei as passagens para amanhã. Os senhores entrarão em contato conosco até o horário de embarque, nas próximas 24 horas..."

Saúde e Fé.

Fomos para o Hotel Mércure. Da Barão de Mauá.

Resumindo: 21, nada.

Mas a bagagem foi encontrada pela TAM. Pedimos sua entrega no hotel de Guarulhos. Dentro de três horas ela estaria lá. Era meio dia.

22. Denver, provavelmente abriria para saída de passageiros e turistas. 5.000 pessoas estavam presas no aeroporto. Provavelmente, só a 26 seria aberto para receber novos passageiros. Outros 5000 que esperavam em Dallas. Época de temporada de esqui.

Fomos dormir sem receber a bagagem da TAM.

23. Pela manhã, telefonamos para TAM. E nossa bagagem? Estava a caminho, com a entregadora.

À tarde fomos à American. Aconselharam-nos a desistir, dado o estado em que se encontrava Denver. Debaixo de intensa neve. Descida por lá só dia 26 ou 18 de Janeiro. Era melhor desistir. Perder a Esperança e ficar com a Fé.

E a mala?

Fomos à TAM. Sempre bem recebidos.

Não estava mais no terminal. Não estava mais com a entregadora. Fora entregue no hotel na noite anterior.

Só que, na portaria do hotel, nos haviam informado de nada ter recebido para nós, nas últimas 24 horas.

Telefonemas trocados entre a atendente da TAM, a entregadora e a portaria do hotel. A mala deveria estar no hotel...

Voltamos, pela quarta vez, do aeroporto de Guarulhos para o hotel. Mércure. Da Barão de Mauá.

A mala estava lá. Embrulhada num saco plástico. Zíper rompido. Aberta. Uma escova de dentes entregue em mãos...havia vazado da mala... Conferido. Nada faltava. Só a capa da escova de dentes...

Graças a Deus a mala não mais redirecionada para Denver. Nem nós.

E no sábado, dia 23, compramos uma passagem pela Gol. Assim evitávamos os problemas que estavam atrapalhando a TAM.

Retornamos para Brasília no vóo das 10:20hs. Que saiu de Guarulhos ao meio dia e chegou às 13:30hs.. Graças a Deus.

Uma aventura e tanto.

Hoje, uma semana depois, voltou a recrudescer a tempestade de neve, em Denver. Acho que, mesmo se lá tivesse chegado, dificilmente de lá voltaria, na data prevista. 3 de Janeiro.

Saúde. Eu a tenho. Muita, graças a Deus.

Fé. Ela me atendeu com profissionalismo e atenção. Merece meus agradecimentos.

E tenho mantido minha Fé no Altíssimo. Que me tem protegido. Fazendo-me sair destas enrascadas. Com que os nossos dirigentes e as companhias aéreas nos têm brindado nas festas de final de ano. Nem a mãe natureza nos poupa.

Portanto, também a Fé se mostra indispensável em muitas ocasiões.

A Paz. É consequência da Saúde , da Fé e da aceitação dos fatos imutáveis.

Se você aceita com resignação o que não pode mudar, com certeza você não desorganizará sua mente. Nem seu interior.

Segundo Tomás de Aquino, "a paz é a tranquilidade na ordem".

Feliz Ano Novo!

Saúde. Tenho, graças a Deus.

Fé. É dom que recebemos no Batismo. Preciso é cultivá-la com atos e gestos.

Paz. Eu a construo.

Embora nem todos os acontecimentos os possa modificar. Como a continuação de um governo que se mostrou caótico. Desde seu começo. E que, já antes, da nova posse, está a demonstrar o que será. Com o caos que está a cultivar na sociedade. Com a falta de ética. De moral. De direção. De policiamento. De saúde. De estradas. De portos. De educação. De ensino. De transportes. De aviação. De forças armadas. De política. De gestão gerencial.

Mortes no ar. Mortes nas estradas por omissão do gerenciamento governamental. Ondas incontroláveis de violência nos grandes centros por conivência da segurança pública comprometida com o crime.

Tributo pago pelo povo por conta dos que confiaram na verborragia demagógica dos que não mereciam o Poder.

O que virá, agora?...

Apesar disto posso ter Paz. Porque cumpri meu dever na urna. Fui um dos colibris que levou seu pingo d´água para amainar as chamas do incêndio.

Dever cumprido. Paz.

Agora é torcer para que tenhamos, de fato, um FELIZ ANO NOVO: 2007.

Com Saúde. Fé. E Paz.

Oxalá!

Bemendes

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