Meu pássaro rosa voou
Ergueu os olhos, levantou a fronte,
Desenhou outro sonho nas linhas do horizonte
E batendo as pétalas de rosa me deixou
Deixou saudades, plantou espinhos,
Como outras rosas que colhi pelos caminhos
Insanos, insensatos, doloridos,
De se dormir amado e se acordar sozinho
E sozinho, tal aquela gaiola aberta,
A sangrar no peito a falta de carinho
Eu vou seguir como quem vive pra esquecer
Amedrontado, machucado, alerta,
Que a vida é feita loteria incerta
E amar é conjugar o tempo de sofrer.
14/05/2001 |