Usina de Letras
Usina de Letras
196 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140785)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->O SÍTIO DE ALICE -- 01/09/2012 - 14:24 (Adalberto Antonio de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A casinha branca no pé da serra tinha uma ponte serpentiforme, bem no pongo do córrego onde a princesa Mariana, outrora se banhava. Lá embaixo, lambaris deslizavam nas águas cristalinas do ribeiro e fora da baia o garanhão negro cobria uma égua no cio.

— Linda! Disse Robert.

— Obrigada. Ouvir um elogio com o sol ainda baixo eleva a autoestima.

— Estou falando da chácara, boubinha.

Ela ficou sem resposta. Linda é uma palavra que não precisa de arranjos, diz tudo por si mesma. Sentiu a mão dele fazendo gracejos na bochecha dela e pensou no garanhão negro que vira na manga roçando o pescoço na crina de uma égua.

Na estrada, Talita contara que o sítio fora de Júlio César e quando ele partiu deste para o outro lado da vida, a família colocou o imóvel à venda. A própria Alice encarregou-se de anunciar  em jornais a venda do sítio de seu falecido irmão, tomando como anúncio um texto atribuído a Olavo Bilac.

 

Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer; com extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro.  A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranquila das tardes, na varanda.

 

Logo de manhã cedo Alice comprou o jornal.

— Rui, leia isto!...

Ele colocou a xícara sobre a mesa e recebeu o jornal aberto na página dos classificados.

— O sítio é bonito assim?

— Muito mais!

—Por que nós mesmos não o compramos?

— Eu gostaria muito, disse ela.

 Nem sempre as visitas conhecem a propriedade por inteiro, ficam em torno da sede, em volta da churrasqueira e do congelador cheio de cervejas. Acham o cavalo encilhado na porta da casa, volteiam o pátio e se dizem quebrados e descansam numa cadeira preguiçosa com uma lata de cerveja aos pés. Rui não conhecia bem o sítio  que era quase uma fazenda. Terra bastante para criar  manga-larga em confinamento.

— Basta comprarmos dez matrizes e um garanhão, daí a dois anos, com a venda das crias, só isto será suficiente para a manutenção da fazendola: pagar caseiro, comprar ração e ainda sobrar uma ponta de dinheiro para os gastos extras nos finais de semana.

 

Era um dia lindo e ensolarado. Na serra, onde fica a propriedade, estava uma temperatura agradável...(Alice Nassif)

 

Nas primeiras águas,  berra o boi solto na manga, corre o cavalo batendo os cascos, sacudindo o pescoço, roncando  atrás de uma égua no cio; ronca o trovão, vem a fartura, transborda o leite na gamela; sopra o vento na janela e na palma do tucunzeiro.

 

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui