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cronicas-->ATIRANDO PEDRAS -- 14/01/2007 - 09:35 (Domingos Sávio Fernandes de Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ATIRANDO PEDRAS

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Uma das inúmeras passagens bíblicas que nos ensina a dificílima qualidade de se saber perdoar é a que Cristo diante da sanha assassina de vingança, mascarada de prática de Justiça, livrou a mulher adúltera exortando que autorizava a iniciar o apedrejamento aquele que jamais tivesse cometido um pecado.

Indignado e triste, vi neste final de ano o enforcamento do ditador Saddam Hussein trazendo-me na alma a sensação de que mesmo após 2006 anos de progresso e avanços tecnológicos o ser humano revela-se atrasado, pejado de sentimentos primários e mesquinhos de vingança, ódio, desamor e rancor.

Até o último instante nutri a expectativa que a pena capital deixasse de ser aplicada, mas para meu desencanto não pude ver minha esperança realizada. Sinto-me, na qualidade de ser humano, um ser indigno para ser chamado de imagem e semelhança de Deus.

Há quem diga que nada tem a ver com o triste episódio, todavia, quando nos imaginamos partícipes de uma civilização culta, inteligente, altruísta, somos responsáveis pelas atitudes bestiais e imbecis dos nossos semelhantes.

Há quem diga ser merecida tal condenação diante das atrocidades ditas cometidas pelo ditador, mas o Senhor Deus nos ensinou a sepultar a pena do Talião " olho por olho, dente por dente", indo mais além, " perdoar 70 X 7.

Há quem diga que a execução cause receio a novos pretensos ditadores funcionando como medida preventiva, contudo, estatísticas científicas provam que nos lugares em que a pena de morte é permitida o crime não recuou.

A meu ver, é revoltante termos que aceitar que após 2006 anos de ensinamentos bíblicos, os terráqueos revelem-se despreparados para a convivência pacífica e harmoniosa, em especial, quando tais despreparos advêm de dirigentes de nações desenvolvidas.

Não tinha nenhuma simpatia por Saddam Hussein, mesmo que cético da veracidade das acusações que lhe pesavam. O próprio engodo do presidente dos EUA para justificar a invasão do Iraque reforçou-me a idéia de que existia apenas uma sede de vingança e um ódio enclausurado.

A execução foi consumada, o sr. Bush estufa o peito e vangloria-se vencedor. Assume para todos a postura de "palmatória do mundo". Sente-se mais temido ainda diante daqueles que ele tem como inimigos da humanidade. Perde uma grande oportunidade para que todos pudéssemos vislumbrar um gesto de grandeza de espírito se ele, diante do poder que possui, emanasse o comando de não execução.

Vivemos num mundo globalizado e tais atitudes escoam em todo o globo terrestre. O honroso gesto de clemência, esperado por muitos e ensinado por Cristo que serviria de ensinamento a milhões de seres humanos foi esquecido, desprezado.

Angustiado pelo que vi, pergunto ao Bush "delegado do mundo":
-O que a humanidade ganhou com sua crueldade? Que melhoras teremos com a infração à lei Divina de "não matarás"?

Em minhas modestas convicções religiosas vejo que foi cometido um pecado sem precedentes. Somente Deus tem o direito de retirar a vida dos seres humanos e a ninguém mais foi delegado tal poder.

Resta esperar agora que o sr. Bush faça uma auto-reflexão para verificar se se sente em condições morais para viver atirando pedras naqueles que ele acha merecedores do apedrejamento.

Cá, em minha querida nação tupiniquim, estarei pedindo iluminação Divina ao coração do "delegado do mundo" para que abrande o seu ódio, rancor e sede de vingança que tão mal causam à humanidade.

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