Tua lágrima umedece minha face,
Num transportar de nostalgia
Que vem de teu coração magoado,
Pela insensatez inevitável
De não ter como te dizer
O quanto és importante.
Como eu queria
Que a brisa doce
Desta manhã fresca
Te segredasse
A minha culpa.
Procura ver naquele olhar
Onde sentiste, latejante, na melancolia
De um triste e sofrido desgosto,
Todo o carinho que me inspiras
E terás, então, a minha resposta,
Incisiva, à dúvida de teu coração.
Não lamentes a ausência,
Aparente,
De minhas palavras
Que, de vez em quando,
Emudecem para o mundo,
Não só para ti...
Procura detectar no silêncio
A minha fé bendita no belo,
Profundo e imenso belo,
Que há em meu íntimo
E que me inebria o viver...
E nunca julgues que minha mágoa
É menor do que a tua,
Por nossos destinos
Prosseguirem paralelos,
Alheios à nossa vontade única
De querer SER ... e ESTAR...
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