Os homens pensam que fizeram um mundo todo calculado, exato, correto, perfeito e com cada coisa no seu lugar e ao seu tempo, cada um de nós é uma peça de um imenso quebra-cabeças, a “desumanização” de um mundo que já é dominado por máquinas vai nos transformando nas próprias, vivemos num formigueiro ou numa colméia e nós somos as operárias, nos oferecem formas esquemáticas de viver sem nos deixar criar a nossa própria, eles nos querem vivos porem doentes e dependentes deles até o fim de nossos dias, somos com baterias para as máquinas de fazer lucro deles.
Nesse mundo tão completo e exato não há espaço para sonhos brancos, onde tudo é igual, somos como computadores programados para executarem o mesmo programa a vida toda, cumprimentar os vizinhos, cumprir todas as tarefas, combinar as roupas, entrar pelas entradas e sair pelas saídas, pensar na dor e esquecer das feridas, contestar só aquilo e só aceitar isso, dormir todo dia no mesmo horário para não perder a hora, pensar só no futuro para viver o agora, que Deus nos proteja dos maus pensamentos, somos todos infelizes e escravos do pecado, precisamos fazer sucesso porque o que dirá sua família se você é um fracassado? Os meninos não precisam chorar, os homens bem vestidos usam sempre gravata, as mulheres devem se casar antes do 30 e na festa dos 15 devem uma valsa bailar, trabalhar cada dia para ao sol ter um lugar, não se pode ser feliz sem antes brilhar
Eu sou um caos completo e meus sonhos são brancos, não sou levado pelo destino como a poeira que os sopros levantam e nem como a folha seca que o vento carrega, não deixo a minha mente devorar meu corpo e tão pouco meu corpo ser engolido pela mente.
Minha perspectiva, minha visão do mundo vê os sonhos dentro dos sonhos, as formas dentro das formas e o que está além dos pesos e medidas, as linhas invisíveis que nos ligam, estou em busca de um patrimônio que as traças não comem e nem o tempo enferruja.