Então ao cair dessa noite sinto suspirar em meu peito essa fênix mutante que nele se aninha.Suas asas são de falcão , os olhos os mesmos de uma águia, a cabeça é de gavião, mas o coração é como o de uma andorinha.
Essa sensação que "faz pregas na alma" me fez ficar olhando pela janela a chuva.E senti uma certeza que de tão certa me fez ficar estremecido.As lágrimas de chuva que agora embaçam os vidros parecem ser feitas do mesmo líquido que deixa turva a minha visão nesses dias de não.O mundo cada vez mais se parece com um "caleidoscópio sem lógica".
Ouço uma voz me chamando, não sei de onde ela vem.Não atendo pois dizem que pode ser a morte.Mas mesmo calado e parado no meu canto ela continua insistentemente me chamando.E então eu respondo abusando da sorte. "O que é, o que é que queres tanto saber de mim?. Se você for a morte eu lhe digo que ainda não estou pronto".
E ela responde lá do além: " Não, eu não sou a sua a morte, eu sou essa ave que vive em seu peito a qual você chama de Fênix mutante.Eu sou tudo que você já sentiu até hoje e ainda, ainda o que você vai sentir ainda muito, muito mais.Eu lhe ofereço um vislumbre do teu futuro em troca do exorcismo de algo do teu passado."
Pra responder não usei voz, só o pensamento. "O que queres levar do meu antes?"
"Vou levar algo que chamam de trauma.Levando isso embora vou libertar a sua alma." Nem respondi, pois o coração bateu mais leve instantaneamente.
Andre Luis Aquino
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