Pensei que dormia e que meus olhos viam oásis, delírios no meio do fim. Imaginei caras, bocas, olhares e tive mão, pele, toque e a sede saciada.
Me achei no meio dos teus lençóis e te achei no meio do meu corpo, num emaranhado de desejos contidos, quase revelados. Teu suor lavou minha alma e eu me perdi nos teus braços. Um rascunho inacabado de ideais e de um quase-sentimento de querer sentir, de querer abrir portas, janelas, enfim de superar limites.
Tudo sintetizado em uma explosão, uma vontade de se libertar e gritar bem alto. Vontade de conversar com você, deitar no seu colo e falar por horas e te ouvir por mais tempo ainda. E um desejo incontrolável de não ir embora, de permanecer ali, um só corpo, uma só vontade. De nunca mais voltar a ser dois.
Acordei confusa, mesmo sem Ter ido dormir, e um turbilhão de estações tentando se definir. Ainda sinto o gosto da cerveja amarga, o sabor da tua boca tão sincronizada com a minha. Mas a manchete do jornal sangrento do dia era: O despertar.
Acordei da paralisia, acordei para abrir a janela, mas você está nublado.
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