A mesma flor que baila no chamego de mansa brisa,
que recebe os ventos com a leveza de suas pétalas,
e depois os deixa partir libertos,
hoje entoa uma canção de ninar e comove nossas entranhas.
É assim que se vê este delicado botão,
que chega trazendo a corola transbordando de néctar,
soprando suave perfume em redoma de úmido amor,
como se fosse um pequeno frasco semi-aberto.
Foi assim que chegou Júlia,
qual lótus, qual lis, qual rosa; uma deslumbrante flor enfim,
Qual delas poderá nos servir de paralelo (?),
se no tempo não tivermos, cada qual seu Querubim?
Audaciosos existem, porém, que envoltos em versos,
ou que em rimas da vida se impacientam e não esperam,
porque sob a guarda de um Serafim,
querem embalar a voz dos ventos com esta linda flor.
Júlia. Sim, eis no aroma exalado de sua tenra pele,
a mais autentica inspiração para os poetas,
que terão nas entrelinhas a definição de pétalas intocáveis,
quão imaculadas mensagens de inocente amor.
Júlia. Também assim cantariam anjos e arcanjos,
para anunciar a chegada de tão delicada vida,
e com suas trombetas e harpas,
deixariam no ar a clave de sol de incomparável sinfonia.
Certo é o dia em que Júlia, nossa Júlia de alva pele,
a Preta que de um brinquedo de palavras chamei,
outros tantos e tantos mais que se lhe aproximem,
terão no seu carinho e doçura, a graça por recompensa.
Já não será preciso andar nas entrelinhas,
nem se poupar do sopro da brisa em seus cabelos,
pois as luminosas de seus olhar de anil,
transbordarão em alegria todas as gentes à sua volta.
Júlia. Sim, como um poema infinito,
desejarão todos os poetas a maior pedra deste mundo,
para esculpir em palavras todos seus encantos,
e não sobrem mais versos para seu viver recitar.
Amor talvez seja o maior verso,
onde Júlia seja a rima completa,
para que Deus abençoe um poema sem fim.
AdeGa/março-2010
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