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cronicas-->Taubaté e seus Largos -- 22/02/2007 - 07:25 (Jader Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Taubaté e seus Largos


Quando vim para Taubaté, no distante ano de 1964, vejam a minha sorte e o meu destino: vim morar novamente num beco situado ali na Rua do Comércio. Meu quarto ficava próximo ao Mercadão Municipal, onde havia um ponto de carroças bem na entrada. As minhas madrugadas eram barulhentas, malcheirosas e molhadas. O barulho vinha do pregão dos feirantes e o líquido malcheiroso emanava do mijo e dos dejetos dos cavalos, anti-higiênicos, que ainda não tinham adquirido o saudável hábito de usar uma fralda.
Foi quando descobri uma pequena diferença no jeito particular de batizar os becos por aqui. Diferentemente dos de Barra do Piraí, em Taubaté eles são chamados de "Vilinhas". Tem a Vilinha do Pé na Cova, a do Corrêa, a do Philadelpho, as várias da Travessa Rafael, as da Rua São José, as da Rua do Comércio, a do Felizinho, etc. Cora Coralina reclamava muito das galinhas e dos gatos mortos, sempre presentes e solidariamente fedorentos jogados pelos mais ricos da cidade nos becos pobres de Goiás. Ao menos isso a Prefeitura de Taubaté não deixa acontecer.
É comum todavia ver um ou outro beco abandonado, com trepadeiras escalando os muros e muito entulho jogado, mas isso faz parte da vida poética dos becos. Finalizo e confesso que descobri a amplitude do coração generoso do povo taubateano em outro hábito assaz curioso. A cidade, apesar de suas ruas estreitas, possui muitos "largos". Há muitos deles. O Largo de Santana, o Largo do Rosário, o Largo do Relógio, Largo do Teatro, Largo da Estação, Largo do Mercado, Largo do Chafariz, Largo da Eletro, do Fórum, do Convento e vários outros.
Foi por causa dos becos estreitos e de tantos largos corações dessa gente que saí de Barra do Piraí e escolhi Taubaté para viver e talvez um dia morrer.


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