Usina de Letras
Usina de Letras
116 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62164 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22530)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50574)

Humor (20027)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4753)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Disco voador -- 04/03/2007 - 21:22 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Disco voador

Depois de muito pescar e nada pegar, resolvi descansar à beira da praia. Isso foi lá pelos anos setenta. Quero esquecer e não consigo o tamanho do susto que levei.
Naquela época estavam em voga os papos sobre discos voadores e ETs entre os crentes e descrentes. Eu também participava das pequenas rodas em volta de uma mesa em que a polêmica era discutida, bebendo cachaça ou conhaque. Uns acreditavam piamente na visita dos discos voadores. Outros não concordavam com essas idéias e até faziam chacotas dos "cabeças fracas", assim os chamavam. Eu pertencia ao time dos crédulos. Consultava revistas e jornais, embora os mesmos aparecessem com semana e às vezes, até meses de atraso.
Quando a Cely Campello, se não me engano, lançou a música "Marcianita", me apaixonei pela deslumbrante (assim eu a desenhava na minha cabecinha apaixonada), moradora daquele mundo tão distante. Já os marcianitos ou marcianos eram coisas horrendas que só ouvir os seus nomes me causava pànico.
Numa noite de lua cheia havia ido pescar na lagoa. Cheguei ao entardecer. O luar apareceu timidamente e poucas estrelas podiam ser vistas. Uma nuvem negra tornava a noite um breu e pouco se avistava à frente. Após a pescaria infrutífera sentei-me na areia para descansar. Foi quando vi na minha frente um raio de luz vindo do céu na minha direção. Comecei a me arrepiar todo. O medo foi batendo cada vez mais forte à medida que o disco voador chegava perto de mim. Não podia acreditar no que meus olhos contemplavam assustados. Enxergava luzes brilhantes que se acendiam e se apagavam. Comecei a ouvir conversas confusas. O medo era forte e eu não conseguia me levantar para fugir. Minha primeira atitude foi procurar algo para me esconder. Quase ergui minhas mãos aos céus quando vislumbrei atrás de mim uma canoa emborcada e eu cabia embaixo dela sem levantar suspeita aos marcianos. Joguei-me com tudo para o meu refúgio e fiquei a espreitar os possíveis verdolengos se aproximando. Na minha cabeça revolta de temor, suspeitei que a nave pudesse levar a mim e à canoa, mesmo emborcada como se encontrava. Tremia mais que vara verde e tentava rezar, mas não conseguia terminar as orações. Quando estavam bem perto eu consegui visualizar os extra-terrestres: Dois sujeitos que haviam voltado da pescaria com um liquinho aceso.
A luz do objeto que os ajudara na pescaria saía em direção ao céu, formava um clarão nas nuvens e com o movimento dos andantes, acendia, apagava, tremulava e causava todo o tipo de imagens que a mente medrosa quisesse ver.
Não contei na época para ninguém.
Hoje o meu cunhado sabe que ele era um dos pescadores e muito ri ao lembrarmos do ET que me assustou e que enchia nossos sonhos de jovens ingênuos de cidades do interior.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 16Exibido 512 vezesFale com o autor