GLÓRIA E SUFOCO
O dia 19 de Julho de 1992, foi um dia que ficou marcado na minha memória, devido a dois acontecimentos, que conto a seguir.
O Primeiro, foi a conquista do pentacampeonato brasileiro, pelo time que eu sempre tive uma grande admiração, o FLAMENGO. Nesse dia foi realizado o segundo jogo da final do campeonato brasileiro daquele ano, e o Flamengo empatou com o Botafogo em 2 a 2. Como havia vencido o priemrio jogo por três a zero, sagrou-se campeão pela quinta vez, recorde para o campeonato. Nesse tempo ainda pude apreciar o belo futebol do camisa 6, Júnior, que poucos anos antes levou o flamengo a glória juntamente com Zico, Leandro, Nunes, Andrade entre outros.
Após o jogo, a comemoração foi intensa, e a cerveja que já vinha rolando aumentou ainda mais. Mês de férias, reunião de vários primos na cidade, e muita animação, saimos por ai para beber todas. E a farra durou quase até o amanhecer.
O segundo acontecimento, que ficou registrado, nessa mesma data, foi um fato interesante. Já em estado de embriaguez e com a pilha fraca, resolvemos ir para casa, eu e meu primo Renato Feitosa. Quando chegamos em casa, o Renato me convidou para dormir na casa dele, e eu agradeci e disse que dormiria na casa da minha irmã Davina, que morava em frente a casa do Pai dele. Ele entrou, e eu bati na porta da minha irmã, chamei a Davina e nada, bastante molhado pela chuva, insisti até que me dei por vencido, ninguem abrira a porta. Fiquei pensando porque não tinha aceitado o convite do Renato, pois já estaria dormindo sossegado.
Pensei em bater na porta da casa do Renato, mas vizinho a casa dele, ficava a delegacia de policia civil, e vi que no estacionamento estava o carro do Cleiton (goteira) que havia bebido com a gente, pensei em dormir dentro do carro, mas quando abri a porta do mesmo, o parabrisa estava em pedaços sobre o banco, então desisti. Mas olhei para o lado e vi a viatura da policia na rua, em frente a delegacia, e pensei, é um bem público, logo, tenho direito sobre ele, por ser um cidadão. Não pensei duas vezes, abri a viatura, muito suja de poeira como se acabasse de chegar de uma diligência, e guardei os sapatos embaixo do banco do motorista, e deitei no banco de trás. Ótima dormida, acordei umas nove horas da manhã, bastante descansado, a camisa rebocada pela poeira com água da chuva, olhei de soslaio pra ver se não tinha ninguém na rua, e desci meio com um sorriso no rosto e fui para a casa da minha irmã, que à quela hora já estava acordada.
E depois disso, fiquei lembrando dessa história como um momento interessante e engraçado por tudo que aconteceu.
Olavo Bilac - Março de 2007
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