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Contos-->Blog Entr -- 15/08/2013 - 16:01 (Marcelino Rodriguez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

2) Sua decepção com a falta de costume do brasileiro, em ler um livro, já lhe causou a vontade de parar de escrever ?

Essa coisa de o brasileiro não ler, nada tem com o Brasileiro em si.Não é genético. Isso é um grave problema de educação. Gravíssimo.
Em que difere o cérebro de um Sueco, Uruguaio, Argentino, Norueguês , cubano ou Chileno do brasileiro Ler, como quase tudo, é uma questão de educação. Como o brasileiro tem baixa educação, porque não lê, logo, ele não lê porque não tem educação para isso. Educação se faz com livros. O que tem que se fazer é mudar a pedagogia para formar leitores e mentes sensíveis, interessantes. O que traz qualidade de vida não são paisagens, banquetes, piscinas, eventos epalácios e sim, gente inteligente, produtiva e elegante. Essas no país se conta a dedos.
A questão é se os brasileiros vão continuar aceitando passivamente ser um país sem leitores. Meu livro questiona é isso.
e , consequentemente, desinformado e inculto. Quanto a parar de escrever, acho que a vocação pode ser que fale mais alto. Porém, como preciso sobreviver e livro é o que sei fazer por hora, tenho que fazer. Tem muita coisa com certeza que já não faço mais por falta de estímulo e pelo choque de realidade. Antes eu elogiava logo as cidades que chegava; hoje, espero para ver como são as coisas. Já fiz poemas belíssimos para gente e lugares que no final me desiludiram. Enfim, me empolgo menos hoje e vou mais pelos fatos.
E ainda consigo ser generoso. Sinal que nem tudo se perdeu em mim.

 

 

 

 

 

7) Num exercício lúdico de imaginação, suponhamos que amanhã você seja nomeado o novo Ministro da Cultura. Qual seria o seu primeiro ato ?

 
Não sei bem todos os poderes que tem um ministro porque o poder que a maioria das gentes procura não é o tipo de poder que me interessa. 
Tenho como certo porém que o livro teria cinquenta por cento das atenções da minha política e as campanhas institucionais, concursos literários, valorização dos leitores, editores, livrarias seriam uma coisa a fazer parte do imaginário coletivo que, como se sabe, é construído. No Ministério da cultura eu mudaria a "cultura" que hoje existe nesse ministério. Existe uma mentalidade que os "artistas" tem que sair com o pires na mãos para serem atendidos em "interesses que deveriam ser de toda a sociedade" e o Brasil tem a coisa do Vício burocrático do sistema. Agora mesmo fui ver um link do site do ministério da cultura e não funcionou direito. Eu sendo ministro ia pensar um modo de as empresas e a sociedade em geral terem terem interesse em procurar o artista e não o contrário. Daria prêmios
para aqueles que cumprissem metas com relação as coisa da leitura e da literatura. Estamos num país em que temos, incrível, que primeiro fazer cérebros pensantes para entender e fazer cultura e depois sim, pensar em que tipo de cultura teremos.O brasileiro só enxerga um grande escritor não pelo que ele escreve, mas se tiver propaganda em cima. Estamos num país bastante primitivo, amigo. Tanto é que as pessoas nem imaginam que o poder, em parte, vem dos livros. Da instrução e não da especialização. O dia que o brasileiro souber que se pode ser médico, advogado, engenheiro e dentista e continuar sendo
tolo, apesar de bom médico, engenheiro e advogado, ele passou a enxergar. mais sendo um poeta, um bom poeta, jamais será um tolo. 
Mas como não sou ministro e minha imaginação está mais para Graciliano Ramos que para Garcia Marques e o Brasil para Kafka, melhor passarmos para a outra pergunta, mas que eu mudaria mesmo a política do ministério o deixando mais leve  e menos burocrático  sem dúvidas que sim. 

 

 

1) Em todos os seu livros anteriores, é nítida a sua preocupação com a questão cultural no Brasil. Nesse novo trabalho, isso tornou-se ainda mais incisivo ?


Acredito que sim, que fiz uma síntese ao máximo de contudência que pude sem ser deselegante. Várias vezes,  em minhas angústias solitárias pelas madrugadas pelas cidades do Brasil, peguei-me com a certeza de que se algumas coisas estivessem em ordem e em dia nas minhas questões pessoais, já teria deixado o campo de batalha que é a vida inteligente por aqui. Porém, uma vez que não é o caso e ainda tenho algumas amarras praticas, resolvi apontar logo o dedo de vez na ferida e,  se der, me livrar do assunto, uma vez que minha parte para a pátria considero feita e muito bem feita. Agora se vão dar ouvidos ou importância ao que falei, veremos. Espero encontrar mais cidadãos,( incrível!), que esteja incomodado de ser esse que estamos um dos  países com os piores indices de leitores no mundo e, claro, um dos mais altos em criminalidade, corrupção, descasos, absurdos, etc. - se eu encontrar meia dúzia de pessoas sérias que ainda acreditam que através da cultura a humanidade é viável por aqui, o livro terá encontrado sua missão.

 

 

 

 

 

2) Sua decepção com a falta de costume do brasileiro, em ler um livro, já lhe causou a vontade de parar de escrever ?

Essa coisa de o brasileiro não ler, nada tem com o Brasileiro em si.Não é genético. Isso é um grave problema de educação. Gravíssimo.
Em que difere o cérebro de um Sueco, Uruguaio, Argentino, Norueguês , cubano ou Chileno do brasileiro Ler, como quase tudo, é uma questão de educação. Como o brasileiro tem baixa educação, porque não lê, logo, ele não lê porque não tem educação para isso. Educação se faz com livros. O que tem que se fazer é mudar a pedagogia para formar leitores e mentes sensíveis, interessantes. O que traz qualidade de vida não são paisagens, banquetes, piscinas, eventos epalácios e sim, gente inteligente, produtiva e elegante. Essas no país se conta a dedos.
A questão é se os brasileiros vão continuar aceitando passivamente ser um país sem leitores. Meu livro questiona é isso.
e , consequentemente, desinformado e inculto. Quanto a parar de escrever, acho que a vocação pode ser que fale mais alto. Porém, como preciso sobreviver e livro é o que sei fazer por hora, tenho que fazer. Tem muita coisa com certeza que já não faço mais por falta de estímulo e pelo choque de realidade. Antes eu elogiava logo as cidades que chegava; hoje, espero para ver como são as coisas. Já fiz poemas belíssimos para gente e lugares que no final me desiludiram. Enfim, me empolgo menos hoje e vou mais pelos fatos.
E ainda consigo ser generoso. Sinal que nem tudo se perdeu em mim.

 

3) Como enxerga a recente onda de manifestações no país, levando em conta que a inteligência emocional é fraca, devido ao baixo nível cultural ? E Indo além : Quais perigos corremos com uma possível manipulação perpetrada justamente por pessoas que sabem dessa fraqueza cultural ?

 
Embora o povo seja vulnerável a manipulações e sempre foi, com relação as manifestações , elas se devem a uma corrupção generalizada no sistema de um modo geral e não apenas na política. Nesse plano, eu acho que houve uma mudança. Dificilmente os reconhecidamente maus políticos vão se reeleger facilmente; por outro lado, na parte da cultura a manipulação ainda é bem possível porque trata-se de uma informação mais sofisticada. O povo não percebeu ainda que lhe foi tirado o direito a ouvir e ver coisas de qualidade. Ele só percebeu que existe dinheiro para estádios e que os políticos que fazem muito pouco andam com vidas palacianas. Da minha parte, e espero que as pessoas de bem ajudem , porque no Brasil temos o "fogo amigo" e a "omissão" das pessoas brigarem pelo "espaço". Uma nação evoluída promove o bem do outro, porque o bem do outro   é um bem comum. Aqui o cidadão espera que "alguém" faça alguma coisa, como se as coisas não precisassem de nossa atitude para acontecer. È a tal da infantilidade mental. 
Me interessa que a população escute Fagner, Zè Ramalho  e não Zulé Padodele. 
Um artista tem que ter uma mensagem, de preferẽncia inteligente e inteligível,  , isso é básico em qualquer arte. Os intelectuais da atualidade são de fazer chorar um macaco. 
Daqui a pouco o cara vai lançar um livro em branco e dará entrevista como se fosse um gênio. Ou seja, em termos culturais estamos em plena era da contra-informação. Já na politica propriamente, os elegíveis, , ficou ruim para eles. Ou fazem um bom trabalho ou correm literalmente, riscos de várias ordens. Recentemente morreu Ledo ivo 
e parece que não morreu ninguém. Era simplesmente um dos maiores poetas do Brasil dos últimos quarenta anos. Se morre um gênio do pagode, a propaganda ia fazer chorar as gentes e haveria luto de três dias. 4) O mercado editorial é (a meu ver),  igual , ipsis literis ao musical, e também ao cinematográfico, só para citar três polos da difusão cultural. Em sua opinião, há alguma esperança de quebra dessa estrutura viciada, e em sendo afirmativo, nesse caso, a Internet é uma esperança de liberdade criativa e democrática ?

 
Luis, todo mercado público ou privado hoje em dia sabemos que são democrático entre aspas. Esse é um dos motivos da grave crise social , que não é apenas politica
mas de representatividade da pessoa humana. Se não houver uma reflexão profunda
e uma generosidade em grande escala, chegaremos no nível final do pacto civilizatório que falo no meu livro e que aqui no Brasil ainda não é algo bem sedimentado.
Quanto a internet, ela ainda não tem a força da televisão! Existe uma grande massa de pessoas que ainda não perceberam a internet, muitos nem a usam; como disse lá atrás, em questões políticas a internet tem força, culturalmente não.
As estruturas viciadas e são muitas, porém, não vão durar para sempre. O que temos que pensar são novas maneiras de chegar ao público sem ser a televisão. Talvez daqui a uns dez anos a internet já seja o grande canal de informação, porém será que a sociedade terá ainda interesses comuns? Ou teremos tribos? Enfim, meu caro, o que podemos perceber é que sabemos que estamos indo para um outro ponto, mas não sabemos bem qual será.
Hoje em dia, porém, a grande formadora de astral e de opinião é a televisão
que deveria ter um bom senso maior na sua programação.
Tomara que ainda dê tempo. Imagine o jovem na escola aprendendo algo sutil
como Machado De Assis e ai chega em casa e se depara com os sensacionalistas
do cara que foi degolado e por ai vai.
Vivemos como já disse, uma crise de sentido e uma de estética.
Está na hora dos intelectuais terem espaço de verdade no país.
Ou eles terão que se exilarem por questões mais sérias que as apenas de política.

5) Nos dê a sua opinião sobre a questão das Leis de Incentivo, e suas sugestões de como deveriam ser.

 
Geralmente os verdadeiros artistas tem muitas dificuldades de entender 
as tais leis, que são herméticas para os criadores, na maioria dos casos.
E num país como o Brasil, onde o poder e a sociedade são praticamente coisas distintas, fica muito sofrido; então, como não são muito simples e claras,
acho-as fracas. As leis que deveriam de fato a ver seria que a própria sociedade passasse a valorizar as pessoas que possuem capital intelectual
o que não ocorre hoje. Grande parte da humanidade não quer saber
de conhecimento nem de arte e quando não há interesses nesses temas, ou os mesmos não são valorizados, existe uma decadência geral como ocorre hoje.
Precisa o estado mandar que se leia? No caso do Brasil, sim, porque o povo nem sabe ainda que sem ler ele não desenvolve a imaginação, nem a intuição, nem o pensamento, nem o sentimento. E a experiência pessoal e os fatos nos mostram que sem cultura o ser humano cria problemas e violência. 
Acho que as leis de incentivo deveriam ser a leitura como matéria
formadora em todas as areas do saber; especialização não é inteligência  um médico, um advogado, um engenheiro podem ser excelente especialistas 
e pessoas absolutamente incultas. Assim como tem minha casa, minha vida; deveria ter, meu livro, meu amigo. 
Sem marketing, 10 por cento de pessoas vão fazer o que tem que ser feito. 
os outros noventa por cento, terão "um modo diferente de ver as coisas".
Para ser franco, todo sábio vê as coisas do mesmo jeito, ao menos as essenciais. 
Enfim, no país ler deveria ser incentivado d e forma que quem lesse mais e melhor ganhasse proveito , passaria a ter bolsas e tudo. 
Um dia, quando a vida, permitir, vou ler um edital qualquer desse. No momento, não tenho tempo. 
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