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Artigos-->O Príncipe - Machiavelli -- 13/02/2003 - 10:55 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Príncipe - Machiavelli

DEDICATÓRIA - Ao Magnífico Lorenzo de Medici

Costumam, o mais das vezes, aqueles que desejam conquistar as graças de um Príncipe, trazer-lhe aquelas coisas que consideram mais caras ou nas quais acham que ele encontrará prazer, razão por que se vê, freqüentemente, serem-lhe oferecidos cavalos, armas, tecidos de ouro, pedras preciosas e outros ornamentos semelhantes, dignos de sua grandeza. Desejando eu, porém, oferecer a Vossa Magnificência um testemunho qualquer de minha submissão, não encontrei entre os meus cabedais outra coisa mais cara, ou que tanto estime, quanto o conhecimento das ações dos grandes homens, obtido através de uma longa experiência das coisas modernas e uma contínua lição das antigas as quais tendo, com grande diligência, longamente estudado e examinado e, agora, reduzido a um pequeno volume, envio a Vossa Magnificência.

Apesar de considerar esta obra indigna da presença de Vossa Magnificência, não menos considero que deva ela ser aceita, uma vez que, de minha parte, não lhe possa fazer maior oferecimento senão o dar-lhe a faculdade de poder, em tempo assaz breve, compreender tudo aquilo que eu, em tantos anos e com tantos incômodos e perigos, conheci. Não enfeitei este trabalho, nem o enchi de períodos sonoros ou de palavras pomposas e magníficas, ou de qualquer outra figura de retórica ou ornamento extrínseco, com os quais muitos costumam desenvolver e decorar suas obras; e isto porque não quero que outra coisa o valorize, a não ser a variedade da matéria e a gravidade do assunto para torná-lo agradável. Tampouco gostaria que se considerasse presunção que um homem de baixa e ínfima condição ouse discorrer e estabelecer regras acerca do governo dos príncipes: assim como aqueles que desenham a paisagem se colocam nas baixadas para considerar a natureza dos montes e das altitudes e, para observar aquelas, se situam em posição elevada, também, para bem conhecer o caráter do povo, é preciso ser príncipe e, para bem entender o do príncipe, é preciso ser do povo. Receba, pois, Vossa Magnificência este pequeno presente com aquele intuito com que o mando; nele, se diligentemente considerado e lido, encontrará o meu extremo desejo de que lhe advenha aquela grandeza que a fortuna e as outras suas qualidades lhe prometem. E se Vossa Magnificência, das culminâncias em que se encontra, alguma vez voltar os olhos para baixo, notará quão imerecidamente suporto um grande e contínuo infortúnio.

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