Querem conhecer o Brasil leitores? Então se preparem para os valores dos lugares mais bonitos. São geralmente altos. Do Norte Amazônico ao Sul pampeiro.
É que os programas mais atraentes exigem um preparo econômico maior, longe das posses da classe média rasteira e dos assalariados. Os hotéis fazenda, os passeios em lugares como Foz do Iguaçu e outras paragens sulistas são excludentes.
Em Foz do Iguaçu o passeio mais barato custa 12 reais por pessoa. Ninguém faz turismo sozinho. E os passeios pelas cataratas são divididos por setores. O melhor deles custa a bagatela de 90 reais por cabeça.
O Brasil custa caro. No Norte existem lugares fantásticos. Nada para os indivíduos da classe média baixa usufruírem.
Que se cobre pelos passeios nada mais justo. É necessário preservar a natureza. Mas por que valores que são completamente incompatíveis com os assalariados? Somente os turistas estrangeiros podem garantir o fluxo de capital que interessa aos brasileiros?
O fato é que muitas vezes é melhor juntar moedas e atravessar a fronteira. As viagens para Nova Iorque para quem mora no Sul do Brasil ainda são mais baratas do se fossem para Salvador.
As passagens de avião continuam altas. Como se explica tudo isto?
Os hotéis são mais ou menos equilibrados. A comida também.
O grande problema são os programas turísticos. Diminuem as possibilidades de um grande contingente que também se inclui na classe consumidora.
Um passeio de bug nas praias de Natal custa a bagatela de 40 reais.
O programa turístico do governo Lula inclui um projeto para atrair norte-americanos e europeus para conhecerem o Brasil. Se Lula conseguisse fazer com que os brasileiros conhecessem o seu próprio território já haveria um grande avanço.
É algo para ser avaliado melhor. Gostaria de saber se os rondonienses conseguem conhecer Rondônia, com os preços praticados em alguns hotéis de luxo que foram construídos pelo Estado, com dinheiro público.
Foram mal planejados e agora correm o risco de falir.
