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Cronicas-->A Fêmea -- 31/03/2007 - 21:56 (Maria Dalva Junqueira Guimarães) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A fêmea

Desvestidas a saia e a blusa. De quimono vermelho, diante do espelho, deteve-se imóvel, contemplando sua imagem, "rosto no espelho, fantasmas da casa", rosto marcado por cicatrizes do tempo. "Atrás do espelho, o rosto, na música de fundo", as rugas na face, hera que se espalha e se entrelaça no aconchego das eras - um rosto.
Sorriu aliciante. Os lábios, num cegar balbuciante, como se rezando. O coração sofrido, como que a esconder qualquer coisa escondida, vinha, fosse o que fosse, revelar escondendo, e, escondendo, revelar mitos e segredos guardados nas voltas dos fios, no labirinto daquele ser - "luz além do tempo"- , luz que se entrelaça à sombra-escuridão, abrindo os olhos da alma. Aqueles olhos morrendo no mistério.
Um rosto estacionado no tempo. E outros olhos o descobriram sempre, o anali-saram dentro de outro tempo. E choraram de nostalgia. Esses olhos que se enfeitiçaram moram no longínquo dos dias. Olhos que pulam pelo corpo do homem na imagem refletida no espelho. Entre os limites da realidade e da ficção.
Agora nada mais que uma fixação no passado. Ali, de cócoras, frente ao espelho do tempo, cochichando saudade - "poliedros de sonhos em visão de prismas (...) lacaio de librê sustém o cavalo fogoso, voltas em prismas, voando na aventura do desejo". Caminha por outros trilhos e trilhas pisados pelos mitos de Vênus ou de Afrodite, que fluem para o infinito, os mitos e os segredos atávicos que se fecham na rede de símbolos e anzóis, por detrás do espelho, chaves e cadeados; e se cruzam nas paredes do túnel, como que a sair do "útero-labirinto".
Muitos, pisando seus rumos - cada um abrindo suas próprias fendas - e rumos diferenciados.
No rosto uma gota de sal, amarga rola pela face da fêmea no cio.


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