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Cronicas-->Memórias de um araponga -- 03/04/2007 - 12:45 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Correio Braziliense

02/04/2007

INTELIGÊNCIA

Ex-chefe da Abin vive "exílio" em São Paulo

Depois de deixar agência por ataques à CPI dos Correios, Mauro Marcelo Silva exerce agora função burocrática em delegacia

Gilberto Nascimento

Da equipe do Correio

São Paulo - Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o delegado Mauro Marcelo Lima e Silva agora dá expediente numa delegacia em São Paulo. Aos 48 anos e há 21 na Polícia Civil, ele foi transferido para uma função burocrática muito distante da imagem do homem poderoso que controlava a área de inteligência do governo e municiava o presidente da República com informações para a decisão de medidas importantes.

O delegado acabou afastado do cargo em julho de 2005 depois que um e-mail de sua autoria chegou às mãos de parlamentares da CPMI dos Correios. Na mensagem, o delegado chamou os integrantes da CPI de "bestas-feras em pleno picadeiro". Naquele momento, Mauro Marcelo reclamava de acusações do então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) de que a Abin teria participado das gravações que flagraram o ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho recebendo propina de R$ 3 mil (leia memória).

No momento, na 23º DP de Perdizes (zona oeste da capital paulistana), o delegado cuida do serviço de cartas precatórias. É o encarregado de ouvir testemunhas arroladas em investigações de delegacias do interior ou de outros estados. "É uma função importante, uma coisa que precisa ser feita. Alguém tem que fazer", diz o delegado.


"Vingança"

Treinado e preparado pelo FBI - a polícia federal dos Estados Unidos -, Mauro Marcelo é graduado em Justiça Criminal pela Universidade de Virginia. Tornou-se um dos maiores especialistas em crimes cibernéticos e foi coordenador da Web Police para o Brasil. Resolveu casos complicados na área para bancos como o Bradesco. Chegou a esclarecer para o governo dos Estados Unidos ameaças ao presidente Bill Clinton feitas por um brasileiro, por meio do site da Casa Branca.

O experiente delegado, no entanto, reconhece que foi encostado. "Foi uma vingança do ex-governador Geraldo Alckmin. Ele achou que eu fosse petista e quis me deixar numa função sem importància. Mas estou bem aqui, para mim está bom", consola-se.

Após esses comentários, ele não quis fazer novas declarações e evitou a continuidade da entrevista. "É melhor eu não falar nada. Não é conveniente. Vão pedir para o Serra (governador paulista) me tirar daqui e colocar em um lugar pior", teme o delegado.

Sem a perspectiva de vóos mais altos na polícia, Mauro Marcelo traça outros planos. Dentro de 20 dias ele deve lançar um site especializado em segurança. Pretende abordar temas relacionados com segurança pública e corporativa e tecnologia digital. Como é profissional de carreira, diz a amigos que já marcou a data de sua saída da Polícia Civil: será em 22 de setembro de 2029, quando completará 70 anos e terá a aposentadoria compulsória.


Memória

Confronto com Félix

Uma das razões da indicação do delegado Mauro Marcelo de Lima para o cargo de diretor da Agência Brasileira de Inteligência foi a ajuda que deu para desvendar o sequestro do sobrinho do presidente Lula, Marcelo Teixeira. Assim que foi nomeado, porém, enfrentou resistências nas Forças Armadas, tradicionais formadores de profissionais para o cargo, por não ser do ramo.

A resistência aumentou quando o delegado passou a circular com ternos extravagantes, fazer declarações pouco discretas e atropelar seu chefe imediato, o general Jorge Félix, da Secretaria de Gestão Institucional (GSI). A intimidade de Mauro Marcelo com Lula - com quem costumava se encontrar na garagem do Palácio do Planalto e despachar informalmente - incomodava o general Félix. O delegado também despachava diretamente com o então ministro da Casa Civil, José Dirceu.

Nesse período, Mauro Marcelo chegou a posar para fotos vestido de Sherlock Holmes, o personagem do escritor britànico Arthur Conan Doyle. Mas acabou perdendo o cargo depois de criticar e ofender os integrantes da CPI dos Correios, em 2005. Em uma mensagem interna que circulou entre os servidores da agência e terminou chegando às mãos de parlamentares, Marcelo chamou a comissão de "picadeiro" e seus integrantes de "bestas-feras". Os militares da GSI comemoraram a sua demissão.



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