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Contos-->Passeio suburbano -- 05/11/2013 - 15:51 (Brazílio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Fomos à casa do Rafael. Morava um tanto afastado do povoado de São Gonçalo do

Brumado, margeando a

linha-férrea, num casario singelo e espaçado, que a gente chamava de Pitaceso,

originado de pito-aceso,numa alusão apropriada à tênue, e trêmele, iluminação do

lugar.

Mas era de-dia, e carência de luz nem havia.

Acompanhávamos as duas tias naquela visita, que

começou pelo saltitar de dormentes, pelo equilibrar na linha, pelo inalar do cheiro

penetrante da erva cidreira que se plantava junto à ferrovia - e tudo sob os protestos

das tias, sempre judiciosas e peremptórias com relação ao `pirigo de ser pego pelo

trem`. Por fim cansaram-se elas dos conselhos, e nos cansamos nós das insinuações de

travessura, sob aquele

sol escaldante.

E quão benéfica foi a chegada, apesar dos cadeiras e do banco terem sua lotação

mais que esgotada. O Rafael, nem sei o que fazia, se não é que de vender lenha vivia.

Mas a sombra, as duas meninas do hóspede, que eram colegas de minha irmã Bebel,

prenunciavam aconchego.

Contudo, as atenções nossas convergiram em torno da avó das meninas, uma senhOra

cega que se jactava de sua serventia na casa: catava feijão.

Vimos lá um peneira cheia deles e ela, diligentemente ia passando a mão e separando

as pedrinhas e outras impurezas, numa agilidade de dar inveja nos dotados da visão.

E tudo isso, enquanto conversava, distraía os visitantes, naquele piso de chão, sem

depois nem antes, mas varridinho de dar gosto.

Até que surgiu na porta da casa vizinha, aos nossos atentos e curiosos olhares a figura

cambaleante, e não menos curiosa, do menino da cabeça grande, de quem tanta gente

falava mas que pela primeira vez víamos: o Cabeção do Pitaceso.

As tias buscavam refrear nosso espevitamento, dizendo que era pecado olhar, que a

gente podia ser castigado por Deus, que não podíamos caçoar da infelicidade daquele

menino desengonçado - que só parecia querer companhia."
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