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Cronicas-->SITUAÇÕES REAIS E IMAGINÁRIAS -- 11/04/2007 - 22:30 (João Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

SITUAÇÕES REAIS E IMAGINÁRIAS
NUM CAFÉ DE LETRAS PARA POETAS

João Ferreira
11 de abril de 2007


Desta vez, minha crónica nasceu num local e num momento especial de transe imaginário. Quando estava sentado numa cadeirinha do Café das Letras, no átrio da livraria da Editora da Universidade de Brasília, ao lado do Banco do Brasil.
Sentei já com um livro na mão. "Os labirintos da tradução: a legendagem cinematográfica e a construção do imaginário" da autoria de Sabine Gorovitz. Para já, o Café das Letras me servia às maravilhas para dar uma olhada no livro. E talvez até para ler algum capítulo importante, como aconteceu. O assunto em si me interessava muito e de um modo especial, o capítulo terceiro que tratava do cinema e tradução. Tinha que aproveitar. Publiquei, há tempos, na Usinadeletras, um ensaio sobre "O tradutor e a epistemologia da tradução". Basicamente, esse ensaio era o desenvolvimento da teoria da "epistemologia da tradução" aplicada à análise concreta dos níveis de tradução portuguesa de "O nome da rosa" de Umberto Eco. É uma abordagem diferente, em termos de teoria da tradução, mas que coloquei recentemente na Internet para o público ler e julgar. Foi uma pesquisa minuciosa que fiz por volta de 1990 e que constituiu um texto de uma conferência para alunos do curso de tradução na Universidade de Brasília.
O livro de Sabine, apesar de mais voltado para a legendagem do cinema, coloca entre outras coisas, a fidelidade do tradutor ao texto original, definindo que "a fidelidade seria a relação idónea que o tradutor estabelece com o original". É uma forma de dizer que a tradução para ser correta e fiel passa pelos meandros da sociolinguística e da epistemologia que levam o tradutor a zelar prioritariamente a relação entre a forma linguística, as vertentes culturais do texto ou do filme e o sentido das imagens traduzido em legendagens ou das próprias formas literárias.
Lendo, pensando e anotando, me animei e lá fui lendo o livro de Sabine Gorovitz, em tudo o que diz respeito aos caminhos da tradução. O texto de Sabine foi originariamente composto para servir de dissertação de mestrado em comunicação. Agora, a Editora da Universidade o lançou para ser vendido, lido e debatido.
O ambiente no Café das Letras estava muito agradável. Leve, sem cargas de importunos. A manhã em boa temperatura. Ajudando a ambientação, destacam-se as cadeiras futuristas do café. Depois, tudo decorre dentro das pessoas. Histórias ricas ou pobres de espirito perfazem todas as histórias dos frequentadores do ambiente. Solitário, aproveitei para imaginar muitas coisas da história desta universidade e do campus. Depois, pela minha cabeça passaram filmes de imaginação livre. Repensando tudo desde a alvorada primitiva das coisas narrada no Gênesis até ao cansaço que tantas outras coisas nos trazem na modernidade. Mas a verdade é que aquelas cadeiras se impuseram à minha observação. De inspiração lecorbusiana? E por que não?Eram pelo menos em minha mente lídimas representantes da arte viva daquele espaço. Convictamente as representei dessa maneira. Olhei a forma. Tinham encosto metálico, em triàngulo, em decrescendo de cima para baixo. Contrastantes, lembrei-me da escola de Le Corbusier de quem Oscar Nyemeier teria aprendido muita coisa. Elas são cómodas. O ambiente dá para tomar um café. Para bater um papo. Para entreter ou encontrar amizades. Para folhear um livro. Para tantas coisas. Aproveitei o que me era mais agradável, de momento. Folhear um livro. Diante da minha retina erguiam-se jambos altos e flamboyants verdes esbraçados em várias direções. Uma excitação natural e cósmica que me dispõe bem. Mas havia ainda muitas outras árvores cujo nome nem botànico sabe dizer. Árvores, as nossas amigas árvores, companheiras e sustentáculo agregado de nossa respiração, geratrizes das polpas e dos saborosos frutos que nos alimentam. Senti que estava num aprazível local de lazer. O olfato detecta uma cantina rápida, com café. Para a mente, o frequentador tem a vitrine da livraria com títulos chamativos e novidades. E tem a leitura que é um alimento necessário. Leitura,sim. As mil e uma formas, até imaginárias, de leitura!

João Ferreira
11 de abril de 2007

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