FORÇAS ARMADAS SÃO O ÚLTIMO BASTIÃO NA DEFESA DA DEMOCRACIA
por Aluízio Amorim
Só não vê quem não quer. Essa greve-motim dos controladores da Aeronáutica foi insuflada pela CUT. Isto é um movimento político que busca conspurcar as Forças Armadas através da cooptação promovida da bandalha sindicalista e que pretende colocar a Nação brasileira de joelhos a seus pés.
Finalmente, e em boa hora, a Folha de São Paulo trouxe nesta sexta-feira uma matéria em que oficiais denunciam a manobra da CUT, o braço armado de agitação política do PT. Aliás, esta seria a matéria que deveria ser a manchete do jornal. Mas não foi.
Editores provavelmente simpatizantes do modus operandi petista fizeram o jogo baixo e rasteiro dos sindicalistas que, debochadamente, "pedem perdão" Ã sociedade brasileira depois de humilhar centenas de usuários do transporte aéreo cassando-lhes o direito de ir e vir consagrado na lei. Transformaram a súplica dos amotinados pelo perdão como destaque do noticiário.
A greve-motim foi de uma irresponsabilidade e uma soberba dos sindicaleiros que nunca se testemunhou "neste país", com a agravante de que foram acoitados pelo Presidente da República. Não fossem os militares peitarem o Governo, conforme atesta reportagem da Veja desta semana, o país já teria sucumbido à ditadura da República Sindicalista.
Do ponto de vista jornalístico, sem dúvida, a manchete da Folha teria que ser:
Militares denunciam manobra da CUT, ou coisa similar e, no seu editorial o jornal tinha o dever de chamar a atenção para esse fato gravíssimo que ameaça por em jogo as instituições democráticas.
E tem mais: as Forças Armadas constituem-se neste momento o último bastião de luta pela preservação da democracia e, sobretudo, da ordem, do respeito à lei e da segurança dos cidadãos.
Tenham certeza os chefes militares, os quais têm demonstrado lisura e profissionalismo, que a Nação continua confiando nas Forças Armadas no seu manifesto respeito ao estado de direito democrático.
Enganam-se aqueles que pensam pretendo fazer coro com as viúvas da ditadura militar ou com quem ouse sonhar com quarteladas. O que postulo, como de resto todos os democratas brasileiros, é - repito - a ordem e o respeito à lei. Entretanto, o governo petista não sonega só a segurança do sistema de controle aéreo, mas a necessária paz social, haja vista a escalada de violência que já cobre todo o território nacional.
Há uma crise de autoridade provocada estranhamente pelas próprias autoridades! Tal fato cria um ambiente de permissividade que solapa as instituições do Estado e promove a desordem. Tirante qualquer ilação baseada nos delírios de teorias conspiratórias o fato é que as ações atabalhoadas do governo, desde os escàndalos que marcaram o final do primeiro mandato de Lula, parecem obedecer a um planejamento estratégico que tem em mira o aparelhamento de todas as esferas do poder público e da própria sociedade civil em proveito da perpetuação petista no poder. O sistema de controle de vóo não escapou do intento do petismo, mas pode ter sido a gota d água.
O açodamento com que esse planejamento foi levado a efeito pela CUT na sua articulação com os controladores de vóo acabou criando uma situação de crise. Não de crise militar, mas de governo. Neste caso, o equilíbrio e o profissionalismo evidenciado no àmbito castrense credenciam, de forma indubitável, as Forças Armadas, neste momento, como a derradeira instituição fiadora do estado de direito democrático.