Hoje viste minhas lágrimas
Escorrerem aos quatro cantos
Como chafariz ou cântaro partido
Antes fosse apenas inocente pranto
Do querer ter-te novamente
De corpo, mente, alma e coração
No entanto a distância separar-nos veio
Da criança que mesmo adultos fomos
A brincar de esconde-esconde
E guardar minha mão entre teus seios.
E tu me perguntas é natural?
Pode um artifício fazer tanto?
Responde, ó Vespasino. Peço:
“ Piedosa gentil Samaritana!
Sou perseguido pela sede insana
Do amor que anima e que nos faz sofrer:”
“Tenho sede demais, Samaritana
Tenho sede demais: quero beber!”
“Fugis, então, ao mísero que implora
O saciar da sede que o consome,
O saciar da sede que o devora?"
“Pecais, assim, Samaritana! Vede:
- Filhos, dai de comer a quem tem fome,
Filhos, dai de beber a quem tem sede.”
Adalberto Lima e Vespasiano Ramos
Enviado por Adalberto Lima em 30/08/2017
|